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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Coronel relata instalação de escutas e invasão de gabinete de juiz em busca de informações

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Coronel relata instalação de escutas e invasão de gabinete de juiz em busca de informações
O coronel Aiton Benedito Siqueira Junior, secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, relatou, em declaração registrada em cartório no último dia 29 de junho, uma investigação dentro do Tribunal de Justiça de Mato Grosso que foi realizada com a instalação de escutas de ambiente em gabinetes de desembargadores e cópia de informações de computador de magistrados.


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A declaração foi anexada ao depoimento prestado por Siqueira ao coronel Jorge Catarino na quarta-feira (5), que preside o inquérito militar sobre grampos ilegais supostamente operados em Mato Grosso por um núcleo de policiais militares. De acordo com o secretário, um sargento identificado como Soler teria lhe confidenciado que executou em 2007 uma investigação comandada pelo desembargador Orlando Perri, à época corregedor de Justiça do TJ.
 
O sargento Soler, à época lotado no Gaeco, teria dito a Siqueira que as investigações eram contra o desembargador José Ferreira Leite e os juízes Antônio Horácio, Marcelo Barros, Marcos Ferreira e Irênio Lima Fernandes. “O próprio sargento Soler contou ao declarante (Siqueira) que o promotor Mauro Zaque havia lhe passado uma missão altamente sigilosa, e que a referida missão tratava da investigação dos magistrados envolvidos no escândalo da maçonaria”, diz trecho da declaração.
 
Siqueira ainda afirma que o sargento lhe disse que se apresentou ao juiz Luis Aparecido Bertolucci por ordem de Mauro Zaque e o magistrado lhe ordenou que colocasse escutas ambientais no gabinete do desembargador Orlando Perri para gravar tudo o que fosse conversado ali.
 
“O sargento Soler também contou que o juiz Bertolucci ordenou que adentrasse furtivamente ao gabinete do juiz Marcelo Barros e copiasse todos os dados do computador pessoal do juiz Marcelo Barros”, afirma outro trecho da declaração. O sargento ainda teria contado com a “cobertura” de um assessor de Bertoluci para entrar e sair do TJ fora do horário de expediente.
 
Soler ainda teria dito a Siqueira que, por conta desta “operação”, foi duas ou três vezes ao apartamento do desembargador Orlando Perri e outra ao apartamento de Mauro Zaque para tratar do assunto.  
 
Secretário era do Gaeco
 
Em 2007, ano em que teria ocorrido a investigação, o coronel Siqueira era major e estava lotado no Gaeco. Perri, por sua vez, era corregedor e estava investigando o desvio de dinheiro do TJ para a loja maçônica Grande Oriente. Siqueira afirma na declaração autenticada em cartório que Perri determinou interceptações telefônicas contra o desembargador José Ferreira leite juntamente com os juízes Marcelo Barros, Antônio Horácio, Irênio Lima Fernandes e Marcos Aurélio Ferreira. As decisões, de acordo com a declaração, eram todas feitas de próprio punho por Perri.
 
“Ainda foi orientado pelo desembargador Orlando Perri que todos os relatórios produzidos em razão das interceptações dos investigados deveriam ser entregues única e exclusivamente ao próprio desembargador, em mãos, e a mais ninguém”, declara Siqueira. O coronel ainda informa que interceptações chegaram a ser prorrogadas e que o material gravado, em sua maioria, era de conversas de interesse privado (leia mais aqui).
 
Inquérito militar
 
A declaração de Siqueira foi registrada em cartório em 29 de junho e estava guardada até a última quarta-feira (5), quando ele prestou depoimento no inquérito militar presidido pelo coronel Jorge Catarino, que investiga os grampos em MT e pediu para anexar o documento.
 
Ao coronel Jorge Catarino, Siqueira ainda revelou uma espionagem que teria descoberto na eleição de 2016 para prefeito em Lucas do Rio Verde, na qual PMs teriam recebido dinheiro para instalar câmeras, captação de áudio e invadirem ambiente privado ligado à campanha do ex-prefeito Otaviano Pivetta, que não conseguiu a reeleição (leia mais aqui).
 
Outro lado
 
O desembargador Orlando Perri negou nesta quinta-feira (06) que tenha praticado qualquer interceptação telefônica ilegal em face de juízes ou desembargadores enquanto corregedor de Tribunal de Justiça. As especulações, segundo o magistrado, seriam para enfraquecer a investigação sobre grampos em Mato Grosso. Perri, porém, avisa. “Não me acovardarei diante de qualquer ameaça velada ou explícita. Não irei me afastar da condução do processo”.
 
Longe de ser intimidado, Perri disparou nesta quinta que não deixará o caso. “Querem me afastar do processo. Quando não, levando este processo para instância superior. Porque lá todos sabem que as investigações podem não ter a mesma eficiência”, asseverou Orlando Perri (leia mais aqui).
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