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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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ACUSADO DE CORRUPÇÃO

Deputados de Mato Grosso devem rejeitar denúncia contra Michel Temer na Câmara; saiba como se posicionam

Foto: Reprodução

Deputados de Mato Grosso devem rejeitar denúncia contra Michel Temer na Câmara; saiba como se posicionam
O Congresso Nacional vai decidir nos próximos dias se dará ou não andamento na ação penal contra o presidente Michel Temer (PMDB), acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ter cometido o crime de corrupção passiva. Os bastidores da Câmara revelam que os deputados, inclusive aliados de Temer, ainda estão divididos sobre a votação. Conforme apurou o Olhar Direto, os parlamentares mato-grossenses, apesar se esquivarem, em sua maioria, de emitir um posicionamento sobre a votação, tendem a rejeitar a denúncia.


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Único a deixar claro seu parecer contrário as acusações contra Michel Temer, o deputado Carlos Bezerra (PMDB), correligionário do presidente, afirmou à reportagem que acredita na rejeição da denúncia. Para o deputado, que é advogado, o que Janot classifica como “provas incontestáveis” não possui embasamento jurídico.

“A denúncia não tem consistência, estão tentando processar o presidente com base em suposições. O direito penal tem uma figura que permeia os tribunais até hoje, que é o in dubio pro reo, meu voto será técnico. O ambiente é favorável, essa denúncia será superada e o país deverá voltar à normalidade”, avaliou Bezerra.

A previsão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara é a de que o parecer do relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ) seja apresentado na segunda-feira (10) e que o debate na comissão tenha início na quarta-feira (12). O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), afirmou acreditar ser possível votar a denúncia na comissão até a sexta-feira (14).

De outro lado, único a deixar claro seu parecer a favor da denúncia, o deputado Ságuas Moraes (PT) avaliou que muitos políticos podem seguir o mesmo caminho pensando nas eleições em 2018. Segundo o parlamentar, a crise de imagem de Michel Temer, causada pelas denúncias, deve respingar em quem apoiá-lo.

Todavia, Ságuas afirma que Temer ainda tem grandes chances de manter o Congresso ao seu lado pois, em suas palavras, é mais fácil para o presidente aglutinar os pouco mais de 171 votos necessários para arquivar a denúncia, do que a oposição conseguir reunir ao menos 342 votos e dar prosseguimento do processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

“O cenário ainda está favorável para o presidente, porque nós precisamos de 2/3 da Câmara para levar a denúncia adiante. E ele só precisa de 176 votos, que ele já tem garantidos, mas as coisas podem e devem mudar nos próximos 15 dias, quando nós provavelmente vamos iniciar a votação”, avaliou o deputado.

“O parlamentar que não votar a favor está dando um tiro no pé. As eleições estão aí, o povo não vai se esquecer como cada um se posicionou. Não se trata apenas de uma denúncia, são fatos gravíssimos contra o presidente Michel Temer e eu acho que nos próximos dias outros casos venham à tona e vai ser difícil para ele se livrar das investigações”, completou Ságuas Moraes.

Não sabe como votar

Presidente do PP em Mato Grosso, o deputado Ezequiel Fonseca afirmou que ainda não sabe como irá votar, mas disse que seguirá o posicionamento da Executiva Nacional, que por sua vez, faz parte da base de apoio do presidente Michel Temer.

Em entrevista ao Olhar Direto, Ezequiel disse que o PP fechará questão sobre o voto até a próxima semana. O termo "fechar questão" é usado quando um partido orienta e toma uma posição única sobre como cada um deve votar sobre determinado tema. Nessas situações, os parlamentares que desrespeitam a determinação correm o risco de sofrer punição pelo partido.

“O partido deverá fechar questão, nós vamos nos reunir ainda esta semana para iniciar as discussões sobre este assunto. Eu, particularmente, devo seguir o que for consenso”, disse.

Não se posicionaram

Os deputados Fábio Garcia (PSB) e Victorio Galli (PSC) não quiseram antecipar seus respectivos votos, mas historicamente se posicionam a favor do presidente Michel Temer. Garcia, inclusive, tem enfrentando represália de seu partido, que decidiu deixar a base do governo.

Ao Olhar Direto, Fábio Garcia disse que ainda é cedo para emitir um parecer. “Eu não vou me posicionar neste momento, porque acho que o caso ainda é muito prematuro”, limitou-se.

Já Victorio Galli argumentou que espera um posicionamento de seu partido e que seu voto deverá acompanhar a decisão da Executiva Nacional, que também integra a base apoio do presidente na Câmara.

“O partido vai se reunir e eu ainda não sei como seremos direcionados, mas o meu posicionamento será aquele que for o melhor para o Brasil”, afirmou.

Os deputados Adilton Sachetti (PSB), Nilson Leitão (PSDB) e Valtenir Pereira (PSB) não atenderam as ligações da reportagem. Dos três, somente Valtenir deve votar a favor do prosseguimento do processo no STF.

Sachetti está no mesmo barco de Fábio Garcia, destituído do diretório estadual de seu partido após ficar do lado de Michel Temer na votação da Reforma Trabalhista. Nilson Leitão, que é presidente do PSDB em Mato Grosso, também deve seguir o posicionamento da legenda, que já se reuniu algumas vezes para discutir um possível desembarque do Governo, mas até o momento permanece sendo uma das siglas mais importantes na base.

Valtenir Pereira, por sua vez, acaba de assumir o comando do PSB no Estado e não deve contrariar a recomendação da executiva nacional, uma das primeiras a abandonar o presidente e, desde então, fazer uma forte oposição contra Temer.
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