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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Em protesto, 200 índios ocupam usina hidrelétrica no interior de Mato Grosso; veja lista de reivindicações

Foto: Conselho Indigenista Missionário

Em protesto, 200 índios ocupam usina hidrelétrica no interior de Mato Grosso;  veja lista de reivindicações
Cerca de 200 indígenas da etnia Munduruku estão, desde a madrugada de domingo, ocupando a Usina Hidrelétrica São Manoel, que fica entre os municípios de Alta Floresta e Paranaíta, para fazer 12 reivindicações.


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O grupo representa 138 aldeias Munduruku, da região do alto e médio Tapajós e do baixo Teles Pires, e é composto por caciques, mulheres, pajés, lideranças, guerreiros e crianças.

De acordo com a assessoria de imprensa da São Manoel Energia, não houve nenhum conflito entre funcionários da usina e os indígenas.

Em duas cartas aberta enviada pelos indígenas e publicada pelo Conselho Indigenista Missionário nos dias 16 e 17, os manifestantes alegam que seus locais sagrados, karobixexe e Dekuka’a, foram violados e destruídos, e que o Protocolo de Consulta Munduruku, não foi consultado para a contrução da usina.

“Nossos ancestrais estão chorando, segundo nossos pajés. O nosso rio Teles Pires e Tapajós estão morrendo. Nossos direitos, que estão garantidos pela Constituição Federal e que passaram a existir depois de muito sangue indígena ter sido derramado, estão sendo violados”, diz trecho da carta.

Os índios reivindicam:

- Vistas às urnas funerárias, supostamente roubada spela usina;
- Devolução das urnas, e transporte delas para um área onde o "homem branco" não tenha acesso;
- Criação do "Fundo Munduruku", para a criação de uma universidade, preservação, entre outras coisas;
- Demarcação e homologação das terras Sawré Muybu; consulta livre realizada pelo Governo para a construção de qualquer obra que os impacte;
- Audiência pública na aldeia para esclarecer a destruição dos lugares sagrados;
- Criação do museu do povo Munduruku na aldeia Teles Pires e em Jacareacanga;
- Que as empresas responsáveis pelas usinas atendam as demandas das comunidades indígenas;
- Construção de uma Casa de Trânsito;
- Compra de um ônibus e um caminhão;
- Que o Governo pare de contruir novas usinas hidrelétricas na Amazônia.

Os indígenas também cobram justiça para o caso de Adenilson Krixi Munduruku, assassinado em novembro de 2012 pela Polícia federal na Aldeia Teles Pires durante a Operação Eldorado. As reivindicações foram enviadas em duas páginas (1 e 2).

A decisão de ocupar a usina foi tomada durante o segundo encontro de mulheres Munduruku “Aya Cayu Waydip Pe”, realizado em maio de 2017, no município de Jacareacanga (PA).

A Empresa de Energia São Manoel, responsável pela usina, emitiu uma nota dizendo que “que segue em tratativas com o povo Munduruku e também com os órgãos competentes, e está fortemente comprometida em encontrar uma solução que garanta a segurança das comunidades locais”.

Nesta quarta-feira (19), será realizada uma reunião entre o grupo indígena, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e representantes da usina, para tentar um acordo.

Leia na íntegra a nota da São Manoel Energia:

A Empresa de Energia São Manoel informa que segue em tratativas com o povo Munduruku e também com os órgãos competentes, e está fortemente comprometida em encontrar uma solução que garanta a segurança das comunidades locais, colaboradores e do empreendimento. A Funai (Fundação Nacional do Índio) confirmou uma reunião que ocorrerá na próxima quarta-feira(19/07) com o grupo indígena. A Companhia reforça que todas as condicionantes ambientais são cumpridas rigorosamente e estão em conformidade com a legislação vigente.
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