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Sábado, 20 de abril de 2024

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Efetivo de agentes de trânsito em Cuiabá é 88% menor que o ideal, afirma presidente de Sindicato

Foto: Vinicius Mendes / Olhar Direto

Efetivo de agentes de trânsito em Cuiabá é 88% menor que o ideal, afirma presidente de Sindicato
O presidente do Sindicato dos Agentes de Trânsito e Transporte de Cuiabá (Sinattrac), João Bosco Campos, afirmou que o número de profissionais que atuam na Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Cuiabá, é muito abaixo do ideal. O Código de Trânsito Brasileiro pede que para cada mil veículos que circulam na cidade, pelo menos um agente de trânsito atue. Ao Olhar Direto, Campos disse que Cuiabá opera com um efetivo de apenas 12% do ideal.


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João Bosco é agente de trânsito há cinco anos e é presidente do Sinattrac há três. De acordo com ele, nas ruas da Capital, apenas 179 agentes trabalham. A previsão é de que no próximo ano seja realizado um concurso para a contratação de mais profissionais. De acordo com o Detran, Cuiabá possui uma frota de pouco mais de 410 mil veículos. 

“Pra este ano não tem, porque estamos em inicio de gestão. Mas em cobrança com o secretário, ele disse que está pensando para daqui um ano, se com as contas da prefeitura permitirem estiver tudo certo, porque é necessário, e ele tem que obedecer o que manda o Ministério Público, essa quantidade necessária, porque senão você sacrifica o agente, que não é máquina”, disse Campos.

Campos disse que os “amarelinhos”, como são popularmente conhecidos os agentes da Semob, trabalham divididos em três turnos: das 6h às 12h, das 12h às 18 e um das 17h até 23h. Ele acredita que se o efetivo fosse maior, menor seriam os problemas no trânsito.

“Aqui nós estamos com 12% do efetivo que deveria ser. A nossa capital é extensa, quanto mais agentes nas ruas pra ver os problemas reduziria bastante. E com esse efetivo bem reduzido, tem que trabalhar muito mais, e ás vezes a gente fica sobrecarregado, então seria bom um concurso”, afirmou.

O presidente afirmou que os amarelinhos fazem um trabalho importante, e que sua função é manter o bom funcionamento das vias da cidade.

“A função do amarelinho é a fiscalização do trânsito. Assim como tem o policiamento ostensivo, da própria policia, tem o policiamento de transito. A nossa intenção é manter a qualidade das vias em funcionamento, mas se a gente pensar só deste lado, onde não têm a punição, que prevê o Código de Trânsito, ninguém obedece”.

De acordo com ele, os amarelinhos não ganham comissão por multa aplicada. Ele afirma que não existe “indústria da multa” em Cuiabá.

“As multas, até por uma questão que o Ministério Público adotou ano passado, não é vinculada a nenhuma pontuação. As pontuações que existem não são relacionadas a multas e sim a serviços prestados ao munícipe, ao motorista, por exemplo, quando tem intervenção de obras, quando tem um semáforo com problemas. Então quando há multa, é porque houve necessidade de fazer o que manda a lei, e se a gente não fizer isto a gente está prevaricando”.

Campos explica que caso o agente não faça a autuação, ele próprio pode ser punido.
“Cada um dos agentes que saem daqui, tem a sua ordem de serviço, a localidade que ele vai abranger. Então naquele setor ele pode até ser responsabilizado por uma falha, de não fiscalização, se der qualquer problema cai sobre aquele agente. Mas em nenhum momento é recebido algum tipo de vantagem por multas, acrescentado ao nosso salário”, afirmou.

O presidente também falou das dificuldades que os agentes encontram em seu trabalho. Além do calor, muitas vezes têm que lidar com vítimas de acidentes ou motoristas irritados.

“Quando a policia sai para fazer o policiamento, ela sabe que vai mexer com bandido. O agente de transito não sabe, ele pode encarar qualquer um na rua e ser desacatado. Acontecem muitas agressões, desacato verbal, essas coisas. E os policiais andam armados, o agente de trânsito não. Até por isso que estamos pedindo que seja oferecido atendimento psicológico, pelo que enfrentamos diariamente”.

João Bosco reforça que a função dos amarelinhos é de apenas manter a ordem no trânsito, e que se houve infração, deve ser autuada, independente de quem seja.

“Na polícia, eles adoram fazer blitz com a gente, porque com a gente ninguém passa a mão na cabeça. Se aparecer um coronel, por exemplo, a gente vai autuar, e eles ficam com raiva porque nós não somos militares, não respondemos a eles. Com políticos é a mesma coisa, porque lei é lei em qualquer lugar, pra qualquer um. E se o munícipe não concordar, ele pode entrar com recurso, da certo sim, se você não errou dá certo, mas se cometeu infração não tem como também”.
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