Embora tentem passar a imagem de que está tudo bem, após o episódio em que trocaram acusações de incompetência, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB) e o governador Pedro Taques (PSDB) ainda devem ter um longo caminho a percorrer até que as coisas se acertem definitivamente. Se de um lado o governador reitera seu discurso de que falta dinheiro para tudo no Estado, de outro, Botelho faz questão de o lembrar que não vai abrir mão do pagamento das emendas parlamentares. “Eu tenho sofrido diariamente a pressão dos deputados, para que eu cobre isso do Governo”, justificou.

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“É algo em torno de R$ 125 milhões em emendas que ele tem que pagar este ano e não pagou praticamente nada. Então, que faça pelo menos um cronograma: ‘olha, eu vou dar R$ 10 milhões por mês para pagar emenda e vamos dividindo para os deputados’. Beleza, vamos fazer isso, o que nós precisamos é achar um caminho, não podemos ficar no zero a zero e ir jogando para a frente”, sugeriu o deputado, em entrevista à Rádio Capital FM, na manhã desta quarta-feira (09).

Na noite anterior, em entrevista ao Olhar Direto, Botelho garantiu que a troca de farpas da semana passada não arranhou a relação harmoniosa entre os dois, mas afirmou que o assunto ainda não foi resolvido.

“Não resolvemos, mas nós vamos conversando, é um diálogo que permanece em aberto”, afirmou, ao ser questionado se ele e Taques já haviam feito as pazes.

Sobre as críticas feitas pelo governador, direcionadas à sua atuação enquanto deputado da base, Botelho preferiu minimizar e colocar panos quentes na polêmica.

“É possível que ele tenha razão, eu até concordo com ele, porque talvez eu já devesse ter feito esse posicionamento. De tudo ele não está errado, eu já devia ter falado isso antes. Mas nós somos de um grupo, estamos trabalhando para acertar. É uma discussão de companheiros, mas eu não estou aqui para dizer amém para ninguém e sim para fazer aquilo que considero ser o melhor”.

Nesta quarta-feira, Botelho vai oferecer um jantar em sua casa para o governador e os deputados que compõem a base de Taques na Assembleia Legislativa. O encontro deverá servir para que Executivo e Legislativo aparem as arestas quanto ao envio de projetos de leis, que deu início ao imbróglio entre os dois.