Olhar Direto

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Política MT

EFEITO DELAÇÃO

Eder Moraes acusa promotor de induzi-lo ao erro em depoimento e diz que Silval não tem estrutura psicológica

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Eder Moraes acusa promotor de induzi-lo ao erro em depoimento e diz que Silval não tem estrutura psicológica
Apontado pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) como uma das principais peças dos esquemas vultuosos de desvios de dinheiro público praticados em Mato Grosso, o ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes Dias, insinuou que o ex-governador teria perdido o controle de suas faculdades mentais. Em entrevista à Rádio Capital FM, nesta terça-feira (15), Eder disse, ainda, que foi induzido ao erro pelo promotor Mauro Zaque, em depoimento prestado ao Ministério Público de Mato Grosso (MPE-MT).


Leia mais:
- Eder Moraes desmente Silval e nega ter recebido propina para mudar depoimento sobre compra de vaga no TCE

- Ministro do STF Luiz Fux homologa acordo de delação premiada do ex-governador Silval Barbosa


“Eu não tenho nada a ver com isso, jamais foi pedido, jamais foi negociado, jamais foi pago, jamais houve propina, pelo menos com participação do Eder Moraes e do ex-governador Blairo Maggi e acredito que até do próprio governador Silval (...) eu fui enganado pelo promotor Mauro Zaque, para que fizesse declarações, aproveitando aquele momento emocional, aproveitando toda aquela raiva que eu estava, enfim. Mas independente disso, aquela declaração feita ao Ministério Público Estadual ela é nula, os Tribunais Superiores já acataram isso, eu não me preciso me justificar mais”, afirmou o ex-secretário, que garantiu não manter contato com o senador Blairo Maggi (PP) desde 2014, quando foi preso durante a Operação Ararath.

Eder continuou, afirmando que Silval Barbosa “perdeu o controle emocional” por conta das condições, segundo ele, precárias da cela em que o ex-governador permaneceu preso por dois anos, no Centro de Custódia da Capital (CCC).

“A pessoa precisa ser homem e ter estrutura psicológica para suportar as coisas. A cela que o Silval estava no Centro de Custódia é desumana, era uma cela de 3x2, quem foi ali e ficou sabe do que eu estou falando. Então, preso há dois anos, o horizonte fechado, a única porta aberta foi uma delação que não foi feita a nível estadual, envolveu autoridades com foro, ele mesclou verdades com mentiras para construir um castelo de areia dos fatos que ele entendia que podia afetar pessoas e joga todo mundo na fogueira e cada um que se cuide”, disse.

Em seu acordo de colaboração, homologado no dia 09 de agosto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, Silval afirma que ele e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, pagaram R$ 6 milhões a Eder, para o ex-secretário mudar o seu depoimento ao MPE quanto à possível compra de vaga no Tribunal de contas do Estado (TCE).

De acordo com a ação do Ministério Público, em 2009, o então deputado estadual Sérgio Ricardo Almeida teria pago R$ 4 milhões ao conselheiro do TCE, Alencar Soares Filho, para ocupar sua cadeira no Tribunal de Contas. Para descaracterizar o ato ilícito, Alencar teria devolvido a mesma quantia a Ricardo, dinheiro oriundo de uma factoring, com intermediação de Eder Moraes e aval do governador Blairo Maggi.

Alencar Soares também teria recebido outros R$ 4 milhões das mãos de Gercio Marcelino Mendonça Júnior, conhecido como Júnior Mendonça, a pedido de Eder Moraes e com o consentimento de Blairo Maggi, conforme a denúncia de Silval ao STF.

Blairo Maggi e mais sete pessoas continuam com R$ 4 milhões bloqueados pela Justiça por conta da compra de vaga no TCE.

Em defesa de Maggi

Eder Moraes, que também é apontado como intermediário de Blairo Maggi no recebimento de propina da construtora Odebrecht, reafirmou que nunca manteve contato com os executivos da empresa que firmaram acordo de delação com o Ministério Público e que “duvida” que o ministro tenha tido qualquer participação em esquemas desta natureza.

As informações constam no depoimento do ex-diretor da Odebrecht, João Antônio Pacífico Ferreira, um dos delatores da Operação Lava Jato, que afirmou que Eder Morares era o responsável por receber a propina paga pela construtora para viabilizar a reeleição do ministro Blairo Maggi (PP) ao Governo do Estado em 2006.

“Eu era um mero presidente de uma agencia de fomento, isso não passou por mim. Em todas as datas citadas pelos delatores eu estava em Cuiabá. Eu tenho todo o dossiê, documentos assinados, entrevistas dadas, não tenho nada a ver com a Odebrecht”, afirmou Eder.

“Eu duvido que o ex-governador Blairo Maggi tenha tido qualquer participação em um evento desses, em um suposto pagamento de propina. Primeiro porque ele não precisa, segundo que não tinha necessidade, terceiro que a campanha dele, ele banca praticamente sozinho. Então, são coisas descabidas, que não fazem sentido”, completou.

O depoimento de Pacífico consta no inquérito instaurado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), assinado por Rodrigo Janot e aceito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. De acordo com o documento, Blairo teria recebido R$ 12 milhões a título de propina para quitar dívidas de campanha.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet