A ameaça dos hospitais filantrópicos de Mato Grosso em fechar as portas na próxima sexta-feira (18) caso não recebam, ao menos, uma parte dos recursos que necessitam claramente abalou o humor e o estado de espírito do governador José Pedro Taques (PSDB).

“É uma situação que merece análise. Primeiro: o Estado de Mato Grosso não tem obrigação legal de sustentar os hospitais filantrópicos. A obrigação [de repasses por leitos utilizados] é dos municípos. E nós repassamos valores superiores, para que os municípios repassem para os hospitais filantrópicos”, afirmou ele, após inaugurar a Escola Estadual Professora Elizabeth Maria Bastos Mineiro, na noite desta terça-feira (15), no Jardim Eldorado, em Várzea Grande.
 
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Na tarde desta quarta-feira (16), sem horário confirmado, no Palácio Paiaguás, o governador vai se reunir com o Procurador Geral de Justiça, Mauro Curvo, e o prefeito em exercício Niuan Ribeiro (PTB), de Cuiabá, para discutir formas de auxiliar os hospitais filantrópicos. “Amanhã chamarei o Procurador Geral de Justiça e o prefeito [em exercício] de Cuiabá, para que o Estado possa, mais uma vez, auxiliar os hospitais filantrópicos”, revelou o governador, quase em tom de de reclamação.
 
Pedro Taques lembrou que há tempos o Estado contribui com o financiamento dos hospitais filantrópicos. “Em Várzea Grande, não temos hospital filantrópico. Temos em Cuiabá: Santa Casa de Misericórdia, Hospital Geral Universitário [HGU] e Hospital Santa Helena; em Rondonópolis, temos a Santa Casa de Misericórdia. Estamos repassando mais do que é o dever do Estado”, observou ele, deixando claro visível aborrecimento na abordagem do tema.
 
O chefe do Poder Executivo lembrou que, nos últimos meses, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) honrou os compromissos firmados. “Fizemos acordo com eles, publicado no Diário Oficial do Estado [eletrônico], e honramos”, atestou Taques.
 
“Estamos bancando 100% das UTIs dos hosptiais filantrópicos. Não adianta ficar pressionando, desta forma [ameaça de suspensão de 100% do atendimento]”, argumentou o chefe do Poder Executivo, não se sentindo responsável pelas cobranças dos dirgentes de hospitasi filantrópicos.
 
Todavia, ainda na Escola, Taques se apressou em atuar como "bombeiro", para evitar que fosse ateada mais lenha na fogueira. “Os hospitais filantrópicos são importantes demais. São dirigidos por pessoas sérias e decentes. Agora, o Estado de Mato Grosso não pode fazer a obrigação que não é de sua alçada”, definiu o governador.