A primeira conseqüência na Câmara de Cuiabá do bombástico vídeo do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) enchendo os bolsos de propina, divulgado na noite de ontem no Jornal Nacional, foi o pedido imediato de renúncia, cobrado pelo vereador da oposição Marcelo Bussiki (PSB).

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"É com muita tristeza que nós assistimos o prefeito receber propina. Exijo a renúncia imediata do prefeito. Não podemos deixar no cargo um homem cuja moral está abalada, que perdeu a confiança de grande parte da população e que, inclusive, pode ser preso a qualquer momento por estes atos de corrupção", disse o vereador, por meio da assessoria de imprensa.
 
Bussiki já iniciou a coleta de assinaturas para o requerimento de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) por quebra de decoro, por entender que a atitude de Emanuel fere o inciso 10º do artigo 4 do Decreto Lei nº 201/67, que dispõe sobre a responsabilidade de prefeito e vereadores.
 
O vídeo consta da delação do ex-governador Silval Barbosa, homologada no último dia 9, no Supremo Tribunal Federal (STF). O pagamento de “Mensalinho” denunciado pelo antigo chefe do Executivo teria sido feito quando Emanuel ainda era deputado estadual, na legislatura passada.
 
"Ele agiu de modo incompatível com a dignidade do cargo que ocupa, por mais que o crime não tenha ocorrido no momento em que exercia o cargo de prefeito. É preciso que ele tenha respeito pelo povo. Se não tiver a hombridade de renunciar, sairá do cargo por meio de cassação de seu mandato", completou Bussiki.
 
Para que a abertura da CPI é necessário que o requerimento apresentado por Bussiki tenha pelo menos nove assinaturas, não sendo necessária a aprovação do plenário.