O presidente estadual do PSB, deputado federal Valtenir Pereira, ofereceu a quebra do próprio sigilo fiscal e bancário para provar ser inocente em relação às acusações feitas na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Pereira foi citado por supostamente ter pedido cerca de R$ 6 milhões de propina de verbas federais destinadas para obras em Mato Grosso.

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“Em respeito à população do meu estado de Mato Grosso, que exige transparência, mesmo sem nenhuma investigação contra a minha pessoa, autorizo, desde já, o MPF a abrir meu sigilo fiscal e bancário. Tenho 13 anos de vida pública limpa”, consta de trecho de nota à imprensa.

As informações o documento de delação de Silval, divulgados à imprensa após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, retirar, nesta sexta-feira (25), o sigilo da delação premiada, dão cota que a propina viria de recursos federais para construção de pontes no município de Colniza.

Para o deputado federal, Silval contou mentiras à Justiça com objetivo de obter benefícios. “ Esclareço que o ex-governador Silval Barbosa faltou com a verdade ao citar o meu nome em depoimento ao Procurador Geral da República, com o claro propósito de obter benefícios da Justiça, porque nunca tratamos de nada ilícito, pelo contrário todas as tratativas que realizamos dentro do seu governo foram institucionais e republicanas, tudo em favor dos interesses da população de Mato Grosso”, diz outro trecho da nota.

Valtenir e a delação

Narra Silval Barbosa que no começo de 2011, em razão das fortes chuvas, foi decretada situação de emergência no município de Colniza (a 1100 km de Cuiabá), as pontes tinham sido arrastadas e a cidade estava ilhada. O Ministério da Integração veio até Cuiabá e prometeu recursos para o Governo do Estado de Mato Grosso reconstruir as pontes.
 
Ao todo, o Ministério R$ 30 milhões para o início das obras, entrega de recurso que contou com a articulação do deputado federal e presidente do PSB, Valtenir Pereira, em Brasília. “Ajuda” que não sairia de graça. Segundo Silval Barbosa, Valtenir Pereira lhe procurou para exigir de 10% a 20% do valor total da obra, isto é, de R$ 3 milhões a R$ 6 milhões, alegando que havia “trabalhado nesse processo”.
 
O então governador declinou do pedido, alegando não ter condições de atendê-lo. Se quisesse a propina, “que procurasse a empresa responsável pela execução da obra”.
 
O delator não sabe dizer o desfecho do caso, isto é, se Valtenir de fato procurou a empresa.