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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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EFEITO DELAÇÃO

Jayme diz que Pedro Taques deve repensar composição de seu grupo político

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Jayme diz que Pedro Taques deve repensar composição de seu grupo político
A delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), classificada como “monstruosa” pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que a homologou, atingiu em cheio a grande maioria dos políticos do Estado, muitos deles no exímio cumprimento de cargos públicos.


Entre os parlamentares citados por Silval estão vários que compõem atualmente a base de sustentação ao governo Pedro Taques (PSDB), no Poder Legislativo. Nesse sentindo, para o ex-senador Jayme Campos (DEM), um dos principais caciques políticos de Mato Grosso, este é o momento de repensar a composição do grupo.

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“Eu tive uma conversa reservada com o governador Pedro Taques e o deputado Nilson Leitão e disse a eles que esse é o momento de nós fazermos um balanço do grupo político que está na base aliada do governador, para fazer novos encaminhamentos”, declarou o secretário de Assuntos Estratégicos de Várzea Grande.

A conversa entre Taques, Leitão e Jayme aconteceu nesta sexta-feira (15), durante a entrega de parte da obra que está sendo realizada no Pronto-Socorro de Várzea Grande. O evento ocorreu um dia após a deflagração da Operação Malebolge, que fez uma varredura em gabinetes de deputados estaduais, na Assembleia Legislativa.

Entre os aliados de Taques que foram citados por Silval, em seu acordo de colaboração, estão os deputados Oscar Bezerra (PSB), Mauro Savi (PSB), Eduardo Botelho (PSB), Guilherme Maluf (PSDB), Baiano Filho (PSDB), Dilmar Dal’Bosco (DEM), Wilson Santos (PSDB) Wagner Ramos (PSD), Gilmar Fabris (PSD), José Domingos Fraga Filho (PSD), Pedro Satélite (PSD) e Ondanir Bortolini (PSD), o Nininho.

Durante a Malebolge, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nos gabinetes de Oscar Bezerra, Baiano Filho, Wagner Ramos, José Domingos Fraga, Nininho e Gilmar Fabris. Este último, acabou sendo preso na sexta-feira, em decorrência da Operação.

O mandado de prisão de Fabris foi cumprido concomitantemente ao evento em Várzea Grande e pegou a todos de surpresa. Mas, sobre este assunto, Jayme Campos afirmou que considerava melhor aguardar o degringolar da situação para que pudesse se manifestar.

“Eu posso falar do meu partido, mas dos outros partidos, se tiverem alguma prática ilícita, quem tem que falar são os dirigentes partidários. Todos [os delatados por Silval] são pessoas do meu conhecimento, que eu tenho o maior respeito. Mas para o nosso Estado, politicamente, eu tenho dito e repito: tem sido muito pernicioso para Mato Grosso, diante da mídia nacional. Isso até afugenta potenciais investimentos e a sociedade passa a desacreditar na nossa classe política”, considerou.

Mais delações

Apesar do momento delicado, Jayme afirmou que ainda é cedo para avaliar o cenário do próximo ano, tendo em vista as eleições de 2018. Para o democrata, muita água ainda pode rolar e, com os depoimentos e com a possibilidade de novas delações, referindo-se ao acordo do ex-deputado José Riva, que vem sendo cogitado nos bastidores, outros pessoas podem ser denunciadas.

“Essa é só uma das delações, não é? Vão vir outras. Isso vai se estendendo na medida em que as pessoas vão sendo ouvidas e vão denunciando outras. Eu não sei onde isso vai parar, então nós temos que aguardar e acima de tudo, ter confiança na Justiça. Mas sem execrar as pessoas”, disse.

Todavia, considerou “saudável” uma eventual mudança de nomes na base do Governo. “Isso é natural, eu já fui governador, é natural dentro do processo eleitoral. São avaliações administrativas, políticas, isso é saudável, porque é preciso acompanhar pari passu o que está acontecendo”. 

 
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