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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Em solidariedade, artistas retiram obras e exposição é encerrada em shopping após polêmica

Foto: Reprodução

Em solidariedade, artistas retiram obras e exposição é encerrada em shopping após polêmica
A exposição ‘Amo Cuiabá’, que foi alvo de polêmica após um cliente do Shopping Pantanal reclamar de duas obras do artista Gervane de Paula, foi encerrada. Isso porque os artistas plásticos que também faziam parte da mostra decidiram retirar os seus trabalhos na última quarta-feira (20). O cuiabano promete expor novamente o trabalho em Mato Grosso e outros estados no ano que vem.


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“Todo mundo decidiu retirar as obras. Quando fui conversar com a organização, já tínhamos tomado a decisão de que se não continuasse, eu retiraria. Não teve condições de trazer novamente, mesmo colocando faixa etária. Com isto, os outros artistas decidiram me apoiar e fizeram o mesmo”, disse Gervane ao Olhar Direto.
 
Gervane avisa que as obras serão expostas novamente no ano que vem: “Tive um projeto aprovado a nível nacional e vou ter uma exposição itinerante, que passará por Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, além da capital mato-grossense. Esse fato que aconteceu acabou dando uma mexida no meio cultura, social e político”.
 
Adir Sodré, Benedito Nunes, Dalva de Barros, Jonas Barros, Ruth Albernaz, Carlos Lopes e Vitória Basaia eram os outros artistas que estavam com obras expostas, que teve início no dia 29 de agosto. A polêmica se deu após um cliente do shopping gravar um vídeo criticando duas obras de Gervane.
 
O vídeo foi gravado pelo cliente do shopping no último domingo (17), na exposição ‘Eu Amo Cuiabá’. Indignado, o homem ‘alerta’ os pais para não levarem os filhos ao “lugar imundo”. Ele ainda acrescenta: “Pessoal, eu estou em uma exposição aqui no Shopping Pantanal e aí para vocês verem como o negócio a nível Brasil banalizou mesmo. Dá uma olhada no tipo de quadro que está sendo exposto aqui”.
 
Depois, o cliente ainda mostra as pessoas que estão na exposição e comenta: “e vocês perceberem aqui dentro tem família, com crianças. Então é isso que virou, parece que banalizou o negócio mesmo. Fica aí a dica para vocês não trazerem as suas crianças num lugar imundo como esse aqui não”.
 
Ao Olhar Direto, o artista plástico lamentou o fato. “É uma coisa lamentável em pleno século 21. Nós estamos vivendo um momento político e social muito difícil. O papel da arte, principalmente contemporânea, é questionar, chamar o espectador para pensar. Não é uma brincadeira o que eu faço, é um trabalho com contexto. Ali é um lugar onde você pode fazer uma relação com o público. Fico surpreso com a revolta. Não entendo o porquê das pessoas serem preconceituosas”.
 
Segundo o artista, esta não é a primeira vez que uma obra dele é censurada. “Já aconteceu outras vezes em Cuiabá de ter que retirar obras. Nosso isolamento cultural é a principal contribuição para isto”. Por fim, ainda revela que a organização pediu se poderia mudar alguns quadros. “Eu me recusei, se você tira uma das obras, perde o contexto de tudo. Elas se completam. A obra faz alusão ao não uso das drogas, ele não observou agiu por preconceito e censura”.

Confira abaixo o vídeo:

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