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troca de agressões

Estudante da UFMT é detida após confusão com policial durante show da Ludmilla em Cuiabá; Atualizada

23 Set 2017 - 09:45

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira e Lucas Bólico

Foto: Ilustração

Cantora se apresentou nesta sexta (22) na Orla.

Cantora se apresentou nesta sexta (22) na Orla.

​Uma mulher de 29 anos e outra de 22 foram presas durante o show da cantora Ludmilla na noite desta sexta-feira (22), na Orla do Porto, em Cuiabá. Segundo o boletim de ocorrência 2017.318022, as jovens atacaram com socos na cabeça e chutes uma policial militar que fazia a segurança do evento. Ainda, promoveram ofensas verbais e se recusaram a serem detidas, chutando o veículo da corporação e convocando populares presentes a jogarem pedras contra a Polícia Militar (PM). Na delegacia, uma das jovens se identificou como filha de advogada e ameaçou os militares presentes.


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De acordo com a versão do 1° Batalhão da Polícia Militar, uma guarnição foi acionada por seguranças particulares, que apontaram para um princípio de tumulto na multidão, durante o show. Ao chegarem no local, aconselharam os populares a se retirarem daquele espaço, a fim de evitar brigas. Instante em que a soldado Karen Fortes recebeu um soco na cabeça.

A agressora, Jocelina Franca Ventura da Rocha, de 29, natural de Cáceres, recebeu voz de prisão no mesmo instante. Não satisfeita, incitou a população a reagir contra a PM, xingando a soldada agredida de ”filha da p*” e “desgraçada”.

Ao ver a cena de descontrole da agressora, a suspeita Natalia Damacena Santos Alves, de 22, natural de Cuiabá, reagiu contra a PM. Desferiu um chute no braço direito da soldado.  

Vendo-se cercada por populares excitados para o início de um tumulto, a PM utilizou gás de pimenta e arma elétrica não letal para dispersar a multidão, conseguindo por fim deter Natália que, assim como Jocilene, tentou comover os populares, gritando e debatendo ao solo, enquanto desferia frases como "Policinhas de merda, bandos de bosta".

Ao serem colocadas no camburão da viatura, as suspeitas deram chutes contra a porta do compartimento traseiro. A PM precisou sair rapidamente do local, pois populares passaram a ameaçar os policiais, lançando pedras e garrafas contra o veículo, que ao sair em alta velocidade, ainda atingiu o carro de um cidadão.

Durante revista, no CISC Planalto, a PM encontrou uma arma branca em posse de Natália, que apresentou marcas de mordida na perna. Sendo interrogada sobre a confusão, passou a proferir ofensas morais a corporação. Apresentou-se como funcionária da Defensoria Pública de Mato Grosso e que, sendo filha de advogada, iria fazer com que os militares envolvidos em sua prisão 'pagassem caro por tudo'.

A suspeita Jocelina evitou o tom de voz agressivo, mas queixou-se de dores na região da cabeça, proveniente da briga ocorrida no show. As agressoras poderão responder por desacato, resistência à prisão, injúria real e ameaça.
 
*Atualização às 11h15 de 24 de setembro
 
Outro lado: vítimas de truculência e homofobia
 
Natalia Damacena, estudante de Serviço Social da UFMT, entrou em contato com Olhar Direto após a publicação da reportagem para dar sua versão, que segundo ela, foi suprimida no boletim de ocorrência 2017.318022. O registro policial, segundo conta, foi distorcido e não revela o que de fato ocorreu na noite do último dia 22: truculência, violência policial e homofobia em plena Parada da Diversidade Sexual.

Além disso, acrescentou é filha de uma costureira que estuda advocacia e que só falou isso para dizer que sabia de seus direitos, que segundo ela, estavam sendo violados pela policial.
 
Natalia conta que estava no show da cantora Ludmilla e viu uma mulher sendo imobilizada por três policiais. Ela conta que achou desproporcional o uso de força e foi perguntar o nome dos militares envolvidos na ação, momento em que teria se tirnado vítima de várias agressões.
 
“Foi uma agressão contra lésbicas, por homofobia. Estava acontecendo uma confusão, a Jocelina estava sendo imobilizada e eu perguntei o nome dos policiais e acabei presa. Dentro do camburão levamos choques. A policial [Karen Fortes] que queria que a gente morresse”, relembra. Além dos choques aplicados, segundo Natália, dentro da viatura, as duas conduzidas ainda passaram mal dentro do veículo policial após terem inalado gás de pimenta.
 
“Chegando no Cisc Planalto, perguntei para a policial qual era o nome dela. Ela me derrubou da cadeira e começou a desferir socos na minha cara. Foi ela que agrediu a gente. Fomos vítimas de homofobia, duas lésbicas negras, em um evento que era nosso”, se revolta.
 
Além das agressões físicas, ela ainda revela ter sofrido humilhações, porque a policial além de tê-la xingado, gravou vídeos proferindo as ofensas. “Em momento nenhum [eu] uma menina de 22 anos bateria em uma policial de escopeta”, contra-argumenta.
 
Além do boletim de ocorrência registrado pela policial, a detida também fez o dela, para dar sua versão. “No meu BO eu disse que foi motivado por preconceito. Ela foi a única que agrediu”, afirma. Após a confusão, as duas detidas foram encaminhadas à audiência de custódia na qual o juiz plantonista não identificou razões para mantê-las presas e as liberou.
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