Num tom muito mais brando que o manifestado anterior em entrevista coletiva na semana passada, a reação do governador José Pedro Taques (PSDB) à Operação Esdras, que culminou com a prisão de dois de seus atuais secretários e de seu primo Paulo Zamar Taques, foi de perplexidade, considerando os fatos gravíssimos, se comprovados. Ele ainda convocou a sociedade organizada e os poderes constituídos, por entender que Mato Grosso é maior que os indivíduos.
 
A nota do governo de Mato Grosso, distribuída na noite desta quarta-feira (27) pelo Gabinete de Comunicação (GCOM),  dá ênfase às diferentes frentes de investigação da suposta existência de escutas telefônicas ilegais, no quartel do Comando Geral da Polícia Militar. E, pela primeira vez, o governo cita a denominação ‘Grampolândia Pantaneira’, adotada  no processo pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça.
 
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Pedro Taques lembra que estão em andamento Inquérito Policial Militar (IPM), inquéritos na Polícia Judiciária Civil e sindicâncias no âmbito da Controladoria Geral do Estado (CGE), para se apurar, por exemplo, adulteração no sistema de protocolo geral do Palácio Paiaguás.
 
 “O Governo recebeu com surpresa e perplexidade os fatos revelados pela Operação Esdras. São fatos gravíssimos que, se comprovados após o devido processo legal, merecem a indignação de toda a sociedade mato-grossense”, argumentou o governador, na nota.
 
Na mesma nota, o chefe do Poder Executivo confirmou o delegado Fausto de Freitas, atual secretário do Gabinete de Transparência, para acumular o comando da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), com afastamento do coronel Airton Siqueira Júnior, presto nas primeiras horas desta quarta-feira (27).
 
Por fim, Pedro Taques dirige um apelo para a sociedade organizada e poderes Judiciário e Legislativo, assim como órgãos autônomos – Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado (TCE), colocando Mato Grosso acima das circunstâncias.
 
 “O Governo de Mato Grosso conclama os demais poderes e a sociedade civil organizada a se unirem neste momento de dificuldades institucionais, por entender que o Estado e suas instituições são maiores que os indivíduos e suas circunstâncias, e devem se manter fortes, estáveis e coesos para liderar a sociedade na superação de seus desafios, sejam eles quais forem”, complementou.
 
A íntegra da nota.

Nota de esclarecimento
  
Diante da Operação Esdras, realizada nesta quarta-feira (27.09) por determinação do desembargador Orlando de Almeida Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o Governo do Estado vem a púbico manifestar o que segue:
 
01) O Governo recebeu com surpresa e perplexidade os fatos revelados pela Operação Esdras. São fatos gravíssimos que, se comprovados após o devido processo legal, merecem a indignação de toda a sociedade mato-grossense.
 
02) O Governo reitera que apoia desde o início as investigações sobre o que foi denominado de ‘Grampolândia Pantaneira’, tendo, entre outras medidas, instaurado um IPM (Inquérito Policial Militar), inquéritos na Polícia Judiciária Civil e sindicâncias no âmbito da CGE (Controladoria Geral do Estado) para se apurar, por exemplo, adulteração no sistema de protocolo geral do Palácio Paiaguás, conforme já manifestado em outros comunicados oficiais.
 
03) Lembra, ainda, que remeteu ao GAECO (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual, em outubro de 2015, a única denúncia que chegou ao conhecimento do governador sobre as supostas interceptações telefônicas ilegais. E que tal denúncia foi arquivada no mesmo mês e ano pelo GAECO.
 
04) Em relação aos dois secretários presos nesta quarta-feira, o governador Pedro Taques anuncia o afastamento do Coronel PM Airton Siqueira Junior da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, com a designação do delegado de polícia Fausto de Freitas, do Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção (GTCC), para responder pela SEJUDH, cumulativamente, até que todos os fatos relacionados aos dois ex-secretários sejam devidamente esclarecidos.
 
05) O Governo de Mato Grosso conclama os demais poderes e a sociedade civil organizada a se unirem neste momento de dificuldades institucionais, por entender que o Estado e suas instituições são maiores que os indivíduos e suas circunstâncias, e devem se manter fortes, estáveis e coesos para liderar a sociedade na superação de seus desafios, sejam eles quais forem.
 
Cuiabá-MT, 27 de setembro de 2017.