Depois de enfrentar protestos de servidores públicos desde as primeiras horas da tarde desta terça-feira (3), a Assembleia Legislativa de Mato Grosso firmou acordo com o Fórum Sindical e o Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran) para não votar a PEC do Teto de Gastos nesta semana.
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Até o início da sessão ordinária, existia a previsão de condensar as emendas perante a Comissão Especial para que a PEC fosse submetida ao crivo do plenário das deliberações nesta quarta-feira (4), mas os parlamentares aceitaram ampliar o dialogo com os sindicalistas e transferiram a votação para a próxima semana.
Perante galerias lotadas, o presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho (PSB), afirmou que toda manifestação pacífica, respeitosa e com objetivo claro é bem vinda. “O foro adequado de discussão é o Poder Legislativo e, desta forma, jamais nos furtamos do diálogo e de receber as reivindicações dos diferentes segmentos”, ponderou.
Os manifestantes cobravam o afastamento dos parlamentares investigados na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e seus familiares – seu irmão Antônio da Cunha Barbolhsa, sua esposa Roseli da Cunha Barbosa e seu filho Rodrigo Barbosa, além do ex-secretário Sílivo César Corrêa, de Gabinete do Governador.
Um dos poucos não citados na delação de Silval, o presidente do Conselho de Ética da Assembleia, deputado Doutor Leonardo Albuquerque (PSD), considerou salutar à democracia a presença de centenas de manifestantes, no Edifício Dante de Oliveira.
“Manifestações são muito importantes, porque o Poder Legislativo reflete a sociedade. E as manifestações democráticas para virem através dos sindicatos, ONGs. Isso é bom para democracia, pois a participação popular sempre se vê com bons olhos, principalmente um protesto ordeiro, pacífico e sem agressões físicas ou verbais”, ponderou Leonardo Albuquerque.
A Assembleia Legislativa deve ouvir os diferentes segmentos, segundo Doutor Leonardo, porque a PEC do Teto de Gastos não é do Poder Executivo, tampouco do Poder Legislativo, mas do Estado, como um todo. “A vamos ouvir todos os segmentos, porque as lutas precisam ter a contribuição da sociedade; nós temos que reacender a chama de discussões, com participação popular. E é importante a vinda até à Casa de Leis; a casa do povo. Não pode pesar somente sobre o Poder Executivo ou servidor do Executivo”, complementou Leonardo.