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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Interceptações clandestinas

Em delação, cabo afirma que grampos ilegais de ‘alvos políticos’ duraram 13 meses

Foto: Reprodução

Em delação, cabo afirma que grampos ilegais de ‘alvos políticos’ duraram 13 meses
O cabo PM Gerson Corrêa Júnior, preso acusado de participar do esquema de grampos ilegais em Mato Grosso, revelou em seu depoimento, em que busca um acordo de delação premiada, que as interceptações clandestinas teriam ocorrido durante 13 meses. As escutas teriam começado em setembro de 2014, já próximo do dia da eleição para o governo do Estado. Como já revelado pelo Olhar Direto, as vítimas dos grampos seriam ‘alvos políticos’.


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Em vídeo do depoimento, divulgado pela TV Centro América, o cabo conta que as interceptações tiveram início em setembro de 2014: “As atividades encerraram no mês de outubro de 2015. Neste último período, eu nem escutei, em que pese eu tenha encaminhado os ofícios às operadoras. Não escutamos em virtude de ter encerrado todas as atividades junto àquela sala comercial, também por ter interrompido tudo, após o conhecimento de que o promotor Mauro Zaque havia tomado ciência destas interceptações”.
 
Gerson também relatou que teve um encontro, junto com o coronel PM Evandro Lesco e o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques. Na ocasião, conforme o depoimento, Taques teria algum conhecimento sobre o sistema, mas fez algumas perguntas técnicas de como ele funcionaria. Além disto, foi nesta reunião em que o cabo diz ter ciência de que a plataforma seria utilizada para a política. Passado algum tempo, os R$ 50 mil teriam sido repassados ao militar.
 
“Me recordo que foi no mês de setembro que eu e o coronel Lesco fomos em uma casa, que é utilizada como escritório, no bairro Consil, se não me engano. Lesco entrou e voltou com R$ 50 mil, que foi repassado pelo senhor Paulo Taques”, afirmou o cabo.
 
Conforme o cabo, “os números que me foram passados eram relacionados à campanha eleitoral de 2014. Têm alguns assessores, pessoas próximas e correligionários dos candidatos, advogados. Todos eles foram passados pelo coronel Zaqueu, para que eu realizasse o acompanhamento online destes alvos, neste período que antecedia o pleito de 2014”.
 
Ainda sobre o encerramento dos grampos ilegais, o cabo relembra que tudo teve fim depois que o coronel Zaqueu disse ter sido interrogado pelo ex-secretário de Segurança Pública (Sesp), promotor de Justiça Mauro Zaque, sobre a existência do esquema de interceptações clandestinas. (Veja a reportagem clicando AQUI)
 
Revelações
 
O Olhar Direto teve acesso a parte das revelações feitas pelo cabo. A primeira delas trata sobre o pagamento de R$ 50 mil que teria sido feito por Paulo Taques para o coronel Lesco com o objetivo  de bancar as despesas das interceptações ilegais iniciadas durante a campanha para o governo do Estado, em setembro de 2014.
 
A segunda revelação feita pelo PM é de que ele teria ouvido de Paulo Taques que seu interesse nas interceptações ilegais seria estritamente político. Depois, garantiu que os alvos seriam adversários do então candidato ao governo, Pedro Taques.
 
Por fim, Gerson contou também que os alvos políticos dos grampos ilegais eram passados para ele pelo coronel PM Zaqueu Barbosa, que seria o responsável por comandar toda a operação, desde o seu início.
 
Grampos
 
Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”. O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.
 
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.
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