Quanto mais se aprofundam as investigações, maior torpor causam as revelações sobre o propinoduto vigente na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), entre 2010 e 2014. A confirmação do ex-secretário Pedro Nadaf, chefe da Casa Civil, de que recebeu R$ 1 milhão de propina da Trimec Construções e Terraplanagem Ltda, após indicar a empresa para fazer uma obra para o Grupo Votorantim, soa quase como deboche da sociedade mato-grossense. Nadaf recebeu R$ 1 milhão, enquanto Silval amealhou R$ 2,5 milhões de propina da Trimec. Ambos confessaram na delação premiada ao Poder Judiciário. Pior é saber que a Votorantim havia sido enquadrada no sistema de benefícios do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic) de forma legal, agora certamente fica com a imagem arranhada. Cada novo fato, um susto para quem fica imaginando como é que Mato Grosso foi entregue em mãos de quadrilha tão insensível, que roubou supostamente mais de R$ 1 bilhão do Estado, provocando falta de verba, hoje em dia, na saúde pública, na segurança e na educação. 

Sobre a delação do ex-governador a empresa se manifestou por meio de nota. Veja abaixo:

 “A Votorantim Cimentos assumiu o compromisso da construção da estrada MT 402, obra de responsabilidade do poder público, em virtude da importância do prazo que restava para início do funcionamento da nova planta industrial da empresa em Cuiabá, para viabilizar o acesso à operação e a distribuição dos seus produtos.
 
A construtora Trimec foi escolhida por ser tecnicamente habilitada a realizar essa obra. Durante toda a construção e até ser comunicada pelo Ministério Público a respeito, a Votorantim Cimentos desconhecia quaisquer acordos da Trimec com os agentes públicos do Estado.”