Os comprovantes de transferências financeiras para o exterior, apreendidos pela Polícia Federal na residência do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), de Cuiabá, não foram remessas ilegais. A garantia partiu do próprio Pinheiro, nesta segunda-feira (23), ao explicar que toda família manda dinheiro para o seu irmão Marco Túlio de Freitas Pinheiro, que é músico, e contribuir com o sustento de dois sobrinhos.
 
“Eu tenho um irmão, Marco Túlio de Freitas Pinheiro, que às vezes é até confundido com o Popó [que é Marco Polo] e que mora nos Estados Unidos. É músico e a mulher dele, uma piauiense, é babá. Eles são trabalhadores. Eu tenho dois sobrinhos norte-americanos. A minha família sempre ajudou. Então eu até quero  mandar mais”, observou Pinheiro, para a reportagem do Olhar Direto, sobre o material apreendido na Operação Malebolge (12ª Fase da Operação Ararath), em 14 de setembro passado.
 
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Emanuel Pinheiro argumentou que a remessa era feita com freqüência, mas quem manda todos os meses, sem falhar nenhum, é sua mãe. “Achei até graça, em dizerem se tratar de remessa de recursos para exterior. Sempre ajudamos [o irmão nos EUA]. Minha mãe manda todo mês. Podendo, vou mandar mais dinheiro para ele. No momento oportuno, isso vai ser esclarecido, no Poder Judiciário”, resumiu  o chefe do Poder Exeuctivo da Capital.
 
Emanuel Pinheiro avalia que os próprios documentos já demonstram que as transferências de dinheiro para o exterior são legais. Além disso, os comprovantes são nominais ao seu irmão Marco Túlio de Freitas Pinheiro, como destinatário.
 
Emanuel Pinheiro é investigado pela Produradoria Geral da República (PGE) por constar na delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e seus familiares, homologada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal  Federal (STF). Ele foi filmado recebendo dinheiro do ex-secretário Sílvio César Correa, do Gabinete do Governador,  cujas imagens foram exibidas exaustivamente, nos últimos meses, em diversos veículos de comunicação de todo o país. Pinheiro assegura que é inocente e que irá provar isso, no decorrer do processo, porque o dinheiro era pagamento de pesquisa de opinião pública feita pelo Mark Instituto, empresa de Popó Pinheiro. 

Silval Barbosa confessou à PGR que pagava "mensalinho" para os deputados estaduais de Mato Grosso para aprovarem seus projetos e não fiscalizarem obras. Alguns foram gravados por Sílivo Correa, recebendo dinheiro, entre os quais, Emanuel Pinheiro da Silva.