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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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APÓS UM ANO

​“Quem vem sendo punida ao longo destes 365 dias é a família” diz mãe de aluno torturado e morto após treinamento dos bombeiros

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD / Reprodução

​“Quem vem sendo punida ao longo destes 365 dias é a família” diz mãe de aluno torturado e morto após treinamento dos bombeiros
No próximo dia 16 de novembro será completado um ano desde a morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, durante um treinamento do Corpo de Bombeiros em Rondonópolis (a 277 km de Cuiabá). O jovem teria sido torturado pela tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur, e em decorrência disto teria falecido. A mãe de Rodrigo, Jane Patrícia Claro, diz que a família ainda sofre com o sentimento de injustiça. Jane diz que não tem medo de ir até o fim para que os responsáveis pela morte de seu filho paguem pelo que fizeram.


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“O sentimento que a gente tem é de injustiça, porque nada até hoje aconteceu. Porque quem vem sendo punida ao longo destes 365 dias é a família. Eu não posso mais conviver com meu filho, os irmãos perderam a convivência com o irmão mais velho, que é o espelho deles, o pai não consegue mais voltar ao trabalho, não tem condições, então quem de fato está sendo punido, que seguem sendo torturados diariamente, são os familiares. Estas outras pessoas seguem suas vidas de maneira tranquila, sem que nada tenha acontecido a nenhuma delas até o momento”, desabafa a mãe.

Ao Olhar Direto, Jane disse que, diferente de outras pessoas, não tem medo de buscar Justiça e que não irá se calar.

“É transformar o luto em luta. E a gente não vai descansar, como outros casos aconteceram, outras famílias que falaram, outras pessoas se sentiram ameaçadas, amedrontadas de ir atrás, de buscar Justiça, este é um sentimento que nós da família não temos. O pior que poderiam nos fazer eles já fizeram, que foi tirar a vida do nosso filho. E se tiver que ir para fora do país atrás de Justiça nós vamos, não iremos nos calar”.

A família tem acompanhado as notícias sobre a tenente Ledur. No último dia 6 a militar conseguiu mais dois meses de licença médica. Com relação a isso, Jane classifica como uma atitude covarde.

“Ela era muito machona, vamos dizer assim, se sentia superior a tudo e a todos, mas na hora de arcar com as consequências dos atos dela ela não passa de uma covarde, se ela fosse mulher de verdade, como ela diz ser, ela teria assumido as consequências dos seus atos e não estaria se escondendo atrás de atestados médicos, se é que realmente estes atestados existem. O que a gente esperava dela era isto mesmo, covardes sempre agem desta forma. Mas tem uma Justiça que ela jamais vai conseguir escapar, que é a Justiça de Deus. Então ela plantou e uma hora ela vai ter que colher os frutos amargos do plantio dela”.

Jane e a família agora pretendem continuar a cobrar Justiça, para que não se passe mais um ano sem que alguém seja punido pela morte de Rodrigo.

“Está marcado para o dia 26 de janeiro a primeira audiência e a gente aguarda ansiosamente, que haja Justiça aqui na terra. Que a Justiça faça vistas grossas com tudo o que vem acontecendo dentro daquela instituição. Com todos os processos que ela já tem nas costas, que façam questão de não passar a mão na cabeça. A gente espera sim que haja Justiça, mas se não houver aqui na terra, a Justiça de Deus na hora certa virá”, disse a mãe.

O caso

Rodrigo participou de um treinamento pelo Corpo de Bombeiros em novembro de 2016 e teria sido torturado. Ele teria sido dispensado no final do treinamento, após reclamar de dores na cabeça e exaustão. Ele ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e morreu dias depois. O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria e queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição.
 
Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma até falecer em 16 de novembro. O corpo de Rodrigo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, mas análise preliminares não apontaram a real causa da morte.
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