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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Pandora

PF cumpre mandados contra advogados e servidores acusados de fraudar INSS; 'cego' é flagrado dirigindo

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

PF cumpre mandados contra advogados e servidores acusados de fraudar INSS; 'cego' é flagrado dirigindo
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (12), a ‘Operação Pandora’, que investiga a fraude na obtenção de benefícios previdenciários deferidos judicialmente na comarca de Dionísio Cerqueira (SC). Dentre as pessoas que participam da fraude, estão moradores de Mato Grosso. Em um dos casos, um homem aposentado por invalidez por estar cego foi filmado dirigindo e fazendo aulas de direção.


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A operação apura fraude na obtenção de benefícios previdenciários deferidos judicialmente. Constatou-se que, quando o INSS indefere o requerimento - ou por não reconhecer que a pessoa tem a condição de segurado, ou porque o perito concluiu que não há incapacidade física - a pessoa, por intermédio de advogado, recorre ao judiciário, obtendo, então, o benefício por meio de processos judiciais, havendo comarcas onde a quase totalidade das ações é procedente, enquanto a média regional é de 60% de condenação do INSS.
 
As principais fraudes acontecem nos benefícios rurais. Comerciantes, donas de casa, pessoas que sempre tiveram empregos informais como empregadas domésticas, transportadores autônomos, etc., moradores ou não de municípios da Comarca, são transformados em agricultores e obtêm benefícios como segurados especiais, sem qualquer contribuição ao INSS.
 
Constatou-se também que nessa situação estão pessoas que moram no Paraguai, na Argentina, no Mato Grosso, em São Paulo, dentre outros, e que obtêm endereços falsos no Brasil para ingressar com ação nessa localidade, obtendo também benefícios indevidos.
 
Também foi verificado o caso de pessoas extremamente jovens aposentadas por invalidez ou recebendo auxílio doença, geralmente com nenhuma ou poucas contribuições para a previdência. Há casos em que até pessoas mortas foram transformadas em agricultores, para que então o herdeiro reivindicasse pensão por morte, havendo um caso em que o marido requereu o benefício 29 anos depois da morte da esposa.
 
No caso daqueles que alegam ser agricultores, para comprovar essa condição, utilizam falsos contratos rurais (arrendamento, parceira, comodato, etc), notas de produtor rural ideologicamente falsas, quaisquer documentos que citem que os pais (ou cônjuges) um dia foram agricultor ou que possuíram terras de agricultura, testemunhas falsas. Para provar que têm moradia no Brasil, apresentam comprovantes de endereço os mais diversos, como cartão de saúde, faturas de energia e de água (algumas mantidas em nome do autor por apenas três meses), declarações do dono do imóvel, etc.
 
Em um dos casos, um homem aposentado por invalidez por estar cego, mas que dirigia, foi filmado fazendo aulas de direção. Uma mulher também conseguiu atestar incapacidade por problemas de coluna, mas postou fotos levantando peso em uma academia. A PF ainda menciona o exemplo de um homem que alegava fortes dores, mas participava de um time de futebol.
 
Estão sendo cumpridos 35 mandados de busca e apreensão e a 28 mandados de condução Coercitiva, expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Federal em Francisco Beltrão/PR, em escritórios de advocacia e residências de investigados nas cidades de Francisco Beltrão/PR, Salgado Filho/PR, Flor da Serra do Sul/PR, Barracão/PR, Bom Jesus do Sul/PR, Foz do Iguaçu/PR, Fazenda Rio Grande/PR, Dionísio Cerqueira/SC, Palma Sola/SC, Sapiranga/RS, São Paulo/SP e Confresa/MT.
 
Dois servidores da justiça estadual estão sendo investigados. Ambos têm parentes que foram beneficiados com a concessão de benefícios previdenciários (a irmã de um deles e cinco parentes do outro, incluindo pais, tios e um irmão).
 
A Procuradoria do INSS apontou que, entre os anos 2012 e 2016, foram deferidos judicialmente 1.247 benefícios previdenciários em uma comarca paranaense, sendo que em ao menos 30 % destes casos há suspeita de fraudes. Atualmente, estão vigentes 910 benefícios, sendo que a contrapartida da contribuição previdenciária foi praticamente inexistente por parte dos beneficiários. Estima-se que tais benefícios geram um custo anual para o INSS de aproximadamente R$ 11 milhões. 
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