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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Pós-graduação que irá promover pesquisa com beneficiados pelo Bolsa Família abre inscrições

Foto: Reprodução

Pós-graduação que irá promover pesquisa com beneficiados pelo Bolsa Família abre inscrições
O curso de Pós-graduação em Educação, Pobreza e Desigualdade Social será ofertado para coordenadores do Bolsa Família e professores interessados no tema em Mato Grosso e irá fazer uma reflexão pedagógica e debater as especificidades de alunos em extrema pobreza beneficiados pelo programa. O curso será online, com 350 vagas para todo o Estado, com algumas reuniões presenciais em um dos cinco pólos: Cuiabá, Rondonópolis, Cáceres, Barra do Garças e Sinop. O edital pode ser acessado pelo site da UFMT.


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Um dos promotores do curso é o Professor e Doutor em Educação Marcos Macedo Caron, pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O foco do curso, segundo ele, são os professores que lidam com alunos beneficiados pelo Bolsa Família, no intuito de prepará-los para este trabalho.

“É um curso em nível de aperfeiçoamento que pretende trabalhar primeiro com os coordenadores do Bolsa Família que trabalham nas escolas. Sobrando vagas poderão também se inscrever os profissionais da educação estadual e municipal, profissionais públicos. O curso visa a questão de combate à pobreza na área da educação, principalmente voltado ao profissional da educação, que é o profissional que, diretamente, mais lida com a pobreza do ponto de vista das dificuldades pedagógicas que a pobreza tem como consequência para o ensino”, disse.

O programa recebeu reconhecimento internacional e foi uma das políticas públicas criadas para combater a pobreza. O professor explica que ele exige uma série de obrigações do beneficiado.

“O Bolsa Família, independente da crítica que se faça a ele, e é legítima, estamos em uma sociedade democrática, é um programa que tem reconhecimento internacional, seja pelo volume de pessoas atingidas, seja pela forma efetiva que ele tem de combate à pobreza. O Bolsa Família obriga a família a uma série de compromissos, que nós chamamos de contrapartida. A primeira é a frequência da criança na escola, a segunda é a frequência da criança no posto de saúde, com todos os atestados de vacina e acompanhamento médico, são obrigações dos pais. A terceira é, se alguém está desempregado em casa, os responsáveis por aquela família beneficiada, tem que fazer um curso de profissionalização e a quarta é se ele é analfabeto ele tem que se matricular em um curso de educação de jovens e adultos, para permanecer os benefícios. Portanto é um programa múltiplo, por isso ele teve um sucesso reconhecido pelas entidades internacionais”, explicou.

Caron afirma que as escolas acabam sendo o principal meio para o controle do benefício, já que é o que as famílias tem mais fácil acesso.

“O grande controle do Bolsa Família acaba sendo a escola, porque tem o princípio de que em zona rural não tem postos de saúde próximos, então não se pode cobrar isso de um pai que mora a 150km de distância de um posto, ainda mais dependendo de algumas regiões do Brasil. A mesma coisa com cursos de profissionalização e EJA, então acaba sendo a escola, onde a criança tem acesso mais imediato, como grande controlador e a grande contrapartida para ser o beneficiário do Bolsa Família”.

Ele disse que é importante que o aluno em extrema pobreza que frequenta a escola apenas para não perder o benefício tem algumas peculiaridades e precisa ser tratada com um olhar diferente.

“A criança acaba ficando na escola para não perder o benefício, mas você não consegue resolver o problema educacional com isso. E o debate pedagógico? Há uma particularidade do aluno da extrema pobreza, há questões bastante específicas destas famílias, que eu tenho que ter uma diferenciação pedagógica para estas crianças dentro da própria escola. As pessoas em extrema pobreza são as que mais evadem, que mais reprovam, e aí o professor ás vezes se vê despreparado para esta questão. Mesmo aquele que é o coordenador do Bolsa Família na escola, que trabalha com o cadastro, ele depende de respostas para trabalhar com esta criança que vem da extrema pobreza”.

A proposta do curso, segundo ele, é justamente esta: preparar os profissionais para lidar com estudantes em extrema pobreza beneficiados pelo Bolsa Família.

“Para que não se torne só uma função burocrática do cadastro do Bolsa Família, mas que tenha uma reflexão pedagógica, metodológica educacional e de debate  e é isso que o nosso curso quer provocar. Para como trabalhar o aluno oriundo da extrema pobreza, não só em função do medo de perder o Bolsa Família, mas sim pelos métodos eficientes para trabalhar com eles”, explicou Caron.

O curso será oferecido de forma online, durante seis meses, com dois encontros presenciais em um dos cinco pólos em Mato Grosso: em Cuiabá (na UFMT), Rondonópolis (UFMT), Sinop (UFMT), Barra do Garças (UFMT) e Cáceres (UNEMAT).
Serão ofertadas 350 vagas, com prioridade para os coordenadores do Bolsa Família e seus auxiliares e as vagas que sobrarem serão disponibilizadas para professores da rede pública interessados no tema.

As aulas contarão com cinco professores, doutores e pesquisadores, além de 15 tutores que terão o contato com os cursistas. Ao final do curso será apresentados Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) com considerações sobre a pesquisa feita em conjunto com os pesquisadores.

“O curso é formado por professores pesquisadores e eles juntamente com os cursistas irão produzir obras. Esta é a diferença do nosso curso, não são apenas as matérias e uma grade curricular, este nosso curso se caracterize pelo cursista participar da pesquisa junto com os pesquisadores. Ao mesmo tempo que ele faz a matéria de debate e discussão, junto com a equipe pedagógica do curso ele escolhe famílias que ele vai entrevistar. E o trabalho de conclusão de curso não é uma mera apresentação, ele apresenta em seu TCC o seu debate com a pesquisa que ele fez com a gente. É diferenciado para os promotores do curso, que somos nós da equipe, porque não estamos apenas dando aula, estamos pesquisando algo que ainda não conhecemos, ainda não sabemos o resultado em termos pesquisa, o que aconteceu em 10 anos de bolsa família”.

Veja o edital para cursistas e para tutores.
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