O vereador Diego Guimarães (PP) protocolou um requerimento no final da oitiva de Silvio César, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa na manhã desta sexta-feira (16), pedindo o compartilhamento de seu depoimento com o Ministério Público Federal (MPF), para que não haja dúvidas quanto a tentativa de obstrução de justiça supostamente cometida pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e pelo ex-secretário de Industria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Alan Zanatta.

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“Apresentei um requerimento para enviarmos uma cópia da gravação desta oitiva ao Ministério Público Federal, que investiga o caso da delação premiada. Até por que o depoimento do Silvio César na Câmara tem que bater com o que está lá e ele tem o compromisso de ter dito a verdade as duas entidade”, disse o vereador ao Olhar Direto.

O parlamentar ainda revelou que o compartilhamento do depoimento também servirá como prova ao MPF de que pode ter havido uma tentativa de obstrução de justiça praticada por Emanuel Pinheiro e Alan Zanatta, por conta do áudio da conversa entre Silvo e o ex-secretário apreendido durante busca e apreensão na residência do prefeito.

“No depoimento o Silvio disse que o áudio gerou tumulto no processo e reforçou que pode ter havido sim uma obstrução de justiça. Então este compartilhamento é uma questão técnica muito importante”, avaliou.

Silvio César Correa Araújo, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa prestou depoimento de quase três horas aos vereadores na Câmara nesta manhã confirmando o que já havia dito em sua delação premiada, que o dinheiro entregue à Pinheiro, filmado em 2013 é de pagamento de propina.

Questionado sobre a o áudio de sua conversa com Zanatta apreendido na casa do prefeito, Silvio César disse não saber o que motivou o ex-secretário fazer a gravação, mas por conta dela precisou ir outras vezes a Polícia Federal e que ela pode ter tumultuado a investigação.

O advogado André Stumpf que defende o prefeito acompanhou a oitiva e negou o recebimento de propina, garantindo que o pagamento filmado se refere ao de uma dívida que o ex-governador Silval Barbosa tinha com o irmão do prefeito por conta de pesquisas feitas em seu instituto. O jurista também ressaltou que assim que Pinheiro recebeu o áudio da conversa, sua determinação a ele foi de que a gravação fosse periciada.

"O que me deixa muito tranquilo é que a PF está muito preocupada com esta perícia. Se tiver que rescindir delações, que se rescinda, porque algo mais vai vir e outras provas surgirão comprovando que não aconteceu o que está nas delações”, comentou.

A Comissão Parlamentar de Inquérito que ficou conhecida como ‘CPI do Paletó’ em referência ao dinheiro colocado pelo prefeito em seu paletó investiga se houve quebra de decoro cometida por Emanuel Pinheiro pelo vídeo, que só veio a tona em agosto do ano passado e pela suposta tentativa de obstrução de justiça.