O tratamento quase de fim de outono dispensado por parcela considerável dos parlamentares às sessões plenárias levou a deputada estadual Janaína Riva (PMDB) a fazer um desabafo público sobre a sua vida familiar. Enquanto os colegas da base governista se revezavam na tribuna do plenário das deliberações Renê Barbour à espera da chegada de colegas à sessão ordinária, ela soltou o verbo.
 
A parlamentar peemedebista comentava o fato de ficar esperando, sem resposta, aos colegas que se encontravam em seus gabinetes. E explicou que a verificação de quorum solicitada não se tratava de mera ‘manobra de obstrução’, prevista no Regimento Interno do Poder Legislativo, mas de respeito à sua família.
 
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“Não! Não estou apenas obstruindo! Estou aqui desde a abertura da sessão e desejo que seja cumprido o Regimento Interno, por isso solicito verificação de quorum. Sou mãe! Tenho filhos pequenos! E desejo almoçar com os meus filhos”, esbravejou Janaína, após ouvir análises dos deputados estaduais Wilson Santos (PSDB), líder do governo em exercício; Gilmar Fabris (PSD) e Max Russi (PSB), se revezando na tribuna.
 
Por determinação do Regimento Interno e da Constituição de Mato Grosso, a pauta está sobrestada e nenhum projeto pode entrar em votação, por causa dos mais de 30 vetos do governador José Pedro Taques (PSDB) que aguardam votação.
 
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), deu razão para Janaína Riva e encerrou a sessão. “Certamente a deputada Janaína tem razão. E isso não é problema da Mesa Diretora, pois os líderes é que devem mobilizar as bancadas”, ponderou Botelho.
 
Gilmar Fabris classificou como “legítima e republicana” a manobra da oposição de esvaziar o plenário e impedir as votações. “Quem deve orientar a bancada governista, nas votações, é o líder. A oposição está no papel dela”, citou Fabris.
 
Tentando colocar ‘panos quentes’ na ausência da bancada governista em plenário, que, em tese, conta com 20 parlamentares, o  Wilson Santos argumentou que o problema estava resolvido para as sessões subseqüentes. “É um problema sanado. Conversamos com os deputados e termos votos suficientes nas próximas sessões”, complementou Wilson.