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Terça-feira, 16 de abril de 2024

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Debate acalorado

Viana afirma que Taques é o chefe da grampolândia e Marcrean defende: “cortou na carne”

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Viana afirma que Taques é o chefe da grampolândia e Marcrean defende: “cortou na carne”
Um debate acalorado tomou conta do plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), na manhã desta quarta-feira (16), em Cuiabá. O deputado estadual, Zeca Viana (PDT), afirmou que o governador Pedro Taques (PSDB) é o chefe da ‘grampolândia pantaneira’ – episódio como ficou conhecido o esquema de escutas ilegais praticados no Estado. Em resposta, o deputado Marcrean Santos (PRTB), lembrou que o chefe do Executivo “cortou na carne” e levantou a bandeira do combate a corrupção. O confronto de ideia seguiu durante quase 20 minutos na Casa de Leis.


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Quem começou a apontar o dedo para o governador Pedro Taques foi o deputado Valdir Barranco (PT), em resposta a Marcrean. “Ele não é sinônimo de honestidade mais não. Isso já acabou, é discurso vencido das eleições passadas, que ele conseguiu ludibriar o povo mato-grossense, com esse discurso de paladino da ética e moralidade. É o governador do Brasil que mais homens de confiança teve preso, foram 11 de uma só vez. O seu primo, homem de sua inteira confiança, foi preso pela terceira vez, já pode pedir música no Fantástico. Estou dizendo em nome da população, que rejeita este governo incompetente e corrupto”.
 
Marcrean então pegou novamente o microfone para defender o Chefe do Executivo: “Os problemas herdados de dez, 15 ou 20 anos não são resolvidos em apenas três anos. Nunca vi um chefe de família se responsabilizar por seus irmãos ou parentes. O governador não pode responder por atos de ninguém da sua família. Ele é maior e responde pelos seus atos. Herdar obra do jeito que foi deixada é muito fácil, lançar, enganar é fácil. Para apontar que o governador é corrupto, tem que apontar onde existiu. O problema, quando houve, foi cortado na carne”.
 
Além disto, Marcrean ainda aproveitou para detonar o Partido dos Trabalhos, do qual Valdir Barranco faz parte. O deputado afirmou que a culpa da crise econômica pela qual o país passa foi do partido de Barranco e que Mato Grosso nunca viu tanto investimento como está tendo atualmente.
 
Então foi a vez de Pedro Satélite (PSD) sair em defesa da atual gestão: “Me lembro quando Silval Barbosa era deputado aqui neste Estado, ele saia de município em município dizendo que daria um carro zero quilômetro, balançava a chave, se alguém encontrasse uma obra em tal cidade. Estou aqui há sete mandatos e é um governo que tem projetos sendo feitos ou já concluídos em todas as cidades”.
 
“Qual foi o governo que já passou pelo estado e teve tamanha vontade de combater a corrupção? Nunca vi um tão comprometido igual o de Pedro Taques. Muitos passaram e deixaram a torneira aberta. Sabemos de tanta coisa errada que foram feitas, que estão sendo desenterradas e colocadas, vemos poucos falando. Mato Grosso não está do jeito que precisa, mas [o governador] está fazendo muito que outros não faziam. O combate a corrupção é uma grande vitória para todos os cidadãos”, completou novamente Marcrean.
 
Em seguida, foi a vez do deputado Zeca Viana mirar suas armas na direção do governador: “Nosso queridinho Pedro Taques não é honesto. É um dos governos que talvez tenha feito menos por este estado e admitiu a corrupção dentro do seu próprio gabinete. Antes de ser eleito, ele queria não roubar e não deixar roubar. Infelizmente, com estes escândalos, está sujeito a não terminar o seu período eletivo, porque deve ser afastado pela Justiça. Tanto é que recentemente, o STF deu até o dia 20 deste mês para pagar os repasses à Defensoria Pública”.
 
Viana ainda alegou que Pedro Taques teve um dos governos que mais infringiu a lei: “Desrespeitou todas, alterando cálculo de ICMS, usando dinheiro do Fundeb, Fethab, Duodécimos, indevidamente. É o chefe da ‘grampolândia’ do nosso Estado. Vai ser um governo que vai ficar na história da sociedade brasileira, o maior escândalo de grampos de telefone da história do Brasil. Isso não é corrupção?”, questionou.
 
Marcrean então pediu uma parte e fincou o escudo à frente de Pedro Taques: “O governo atual teve coragem de cortar na carne, que foi o caso da Secretaria de Educação (Seduc) que acompanhamos. Quantos governadores passaram e não fizeram nada, abriram mais a torneira. Uma gestão passar sem nenhum problema, com o tamanho da máquina, é quase impossível. Não tinha como começar o primeiro ano acelerado para trabalhar, por isso foi necessário fazer o raio-x do Estado. Repito, teve coragem de cortar na carne”.
 
No fim, Zeca Viana ainda tentou mais uma ofensiva no debate acalorado: “Se for para você comparar este governo com os passados, te juro que nem perto dele eu chegaria para pedir voto. Quando pedi, havia acreditado nele. Mas infelizmente a maior decepção é pela ingerência e incapacidade de administrar de Pedro Taques. Não honrou com as obras paralisadas, tinha a missão de concluir. Não pode deixar o dinheiro público ser jogado no ralo. Nosso VLT está aqui se enferrujando, se deteriorando com o tempo”.
 
Depois da folga
 
Desde o dia 01 de maio, quando Botelho decretou 11 dias de “folga” em função do feriado do Dia do Trabalhador, que o Legislativo não conseguia reunir quorum para limpar a pauta de vetos. Para que haja votação de vetos é necessária a presença de pelo menos 13 deputados em Plenário.
 
Na semana passada, Botelho determinou que fossem realizadas sessões duplicadas para compensar o “feriadão” do Legislativo. Mas, na quarta-feira (09), a Casa foi surpreendida pela ‘Operação Bônus’, que prendeu Mauro Savi e envolve, ainda, o próprio Botelho. A operação, que investiga suposto esquema de corrupção no Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso, teria sido responsável pelo esvaziamento do Legislativo.
 
Hoje, minutos após divulgação de reportagem do Olhar Direto que denunciava a terceira semana consecutiva de ausência dos deputados no Plenário, Botelho “puxou a orelha” dos colegas e, depois da bronca, 15 deputados apareceram na sessão, limpando finalmente os vetos.

Grampos

Em maio de 2017 o esquema dos grampos veio à tona com reportagem publicada pelo Fantástico. O esquema foi concebido na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.
 
Neste caso específico, as vítimas foram inseridas e uma apuração sobre tráfico de drogas. O ex-secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque, afirmou que informou ao governador do Estado sobre o esquema e Pedro Taques, em coletiva à imprensa, afirmou que é vítima de vingança pessoal e determinou ainda imediata apuração do esquema.
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