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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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COBRAM RIGOR

Sociedade Brasileira de Cirurgia rebate "Plástica para Todos" e condena comercialização da medicina

Foto: Reprodução

Sociedade Brasileira de Cirurgia rebate
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Mato Grosso (SBCP/RMT) enviou nota se posicionando contra a manifestação da empresa Plástica para Todos, após os acontecimentos que resultaram na morte de Edléia Daniele Ferreira Lira, após cirurgia plástica realizada no Hospital Militar, em Cuiabá. A SBCP diz que a nota da empresa é falaciosa e ainda os classifica como mercadores da medicina.


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Na última quarta-feira (16) a Plástica para Todos havia se manifestado por meio de uma nota, segundo a qual, seus profissionais são habilitados e possuem registros junto aos Conselhos Regionais de Medicina e à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. No entanto, foram contestados pela SBCP.

“A nota pública ofertada apelativamente pela empresa/sistema é tão falaciosa quanto as inverdades em sua essência. Causa-nos espécie assistir tamanho engodo, em tal nota pública, tanto quanto o comportamento dos médicos que se prestam a este desserviço à boa medicina”, diz trecho da nota da SBCP.

O órgão ainda criticou a prática de comercialização de cirurgias por empresas, que em outros estados foram encerrados. Eles afirmam que acompanham estas empresas e os médicos que as integram. Ao final a SBCP cobrou rigor nas apurações e ainda classificou a empresa como “mercadores da medicina”.

O caso
 
A cuiabana Edléia Daniele Ferreira Lira, de 33 anos, Daniele Bueno nas redes sociais, faleceu neste domingo (13) após ser submetida a um procedimento de cirurgia plástica no Hospital Militar em Cuiabá. Ela foi encaminhada ao Hospital Sotrauma após passar mal e não resistiu. Ela era casada e tinha uma filha pequena.
 
Na última sexta-feira (11), Daniele havia feito uma postagem em um grupo de mamoplastia no Facebook dizendo que iria operar pelo Programa Plástica para Todos. Após a morte de Daniele, sua esposa, Simone Bueno, registrou um boletim de ocorrências.
 
O Programa Plástica para Todos é recente em Cuiabá e sua divulgação acontece em um grupo fechado do Facebook, com mais de 7 mil mulheres. O nome dos médicos da equipe do programa, que realizaram o procedimento, ainda não foram divulgados.
 
Leia na íntegra a nota da SBCP/RMT:
 
Nota de esclarecimento Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional Mato Grosso:

Diante da Nota de esclarecimento da empresa/sistema nominado “Plastica para todos”:
 
Reiteramos nossa consternação com a morte ocorrida.

Porém infelizmente o fato mostrou um grave problema há muito combatido e condenado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, as comercializadoras de Cirurgias Plásticas. É fato notório que com o auxílio dos Orgão fiscalizadores em outros estados estes projetos foram encerrados.
 
O modelo em tela, travestido de projeto social, promove a mais abjeta e repulsiva atitude perante a boa medicina, que é sua mercantilização, fazendo de pacientes, mero objeto de mercância, ignorando princípios irrenunciáveis em qualquer ato médico, que é a segurança e primorosa relação médico paciente.
 
A nota pública ofertada apelativamente pela empresa/sistema é tão falaciosa quanto as inverdades em sua essência.
 
Causa-nos espécie assistir tamanho engodo, em tal nota pública, tanto quanto o comportamento dos médicos que se prestam a este desserviço à boa medicina.
 
A SBCP não avaliza, tampouco recomenda que seus membros participem deste modelo de atendimento médico, já vedado reiteradamente pelo Conselho Federal de Medicina, no Código de Ética Médica.
 
A SBCP promove frequentemente ações humanitárias, em todo Brasil, permitindo acesso da população a cirurgias plásticas, com extremo rigor científico e sobretudo SEGURANÇA.
 
Ao cabo, entendemos que o Conselho Regional de Medicina é o órgão investido de poderes para a fiscalização e correção do exercício da medicina. A SBCP segue esta esteira, aguardando daquela entidade o imediato rigor na apuração dos fatos dramáticos que ceifaram uma vida, e que aja com o rigor absolutamente necessário, para que novas vidas não sejam interrompidas pelo interesse vil de mercadores da medicina.
 
Regional Mato Grosso de Cirurgia Plástica

 
 
Leia na íntegra a nota da Plástica para Todos:
 
NOTA DE ESCLARECIMENTO
 
Diante das recentes notícias veiculadas, a empresa “Plástica Para Todos”, por meio de seu advogado, vem a público esclarecer e corrigir alguns fatos equivocados, tornados públicos nos últimos dias.
 
- A empresa reconhece que não há palavras que possam aliviar a dor de familiares e amigos da paciente que infelizmente veio a óbito e, por isso, não poupará esforços para o rápido esclarecimento do caso, a fim de confirmar a ocorrência de fatalidade adversa que a vitimou.
 
- A qualidade e a regularidade dos serviços ofertados pela empresa, executados por profissionais habilitados e com registros junto aos Conselhos Regionais de Medicina e à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, são atestadas pelos milhares de procedimentos cirúrgicos já realizados em todo o país, sem que jamais tivesse ocorrido, até então, qualquer evolução de óbito, independentemente de sua causa.
 
- Com base neste histórico, é possível afirmar que o caso envolvendo a paciente, provavelmente, esteja isento de erro de conduta profissional, sendo típico de evoluções imprevisíveis. Mesmo assim, as causas somente poderão ser discutidas após o laudo do exame de necropsia.
 
- A empresa esclarece que os médicos credenciados possuem registro junto ao CRM de origem e local, inclusive quanto à especialidade de cirurgia plástica e ainda, faz-se importante registrar, que este mesmo hospital é frequentemente utilizado para realização de cirurgias por outros profissionais locais, também membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e não vinculados à empresa "Plastica Para Todos".
 
- Vale destacar que a existência de riscos em todos os procedimentos cirúrgicos em geral e suas causas nem sempre estão associadas à ocorrência de erros médicos ou de equipes multidisciplinares de saúde. Por conta disso, não há que se falar, até o momento, em causas de negligência, imperícia ou imprudência da equipe médica, tampouco do hospital onde o procedimento foi realizado, já que 70% (setenta por cento) das cirurgias plásticas realizadas no país ocorrem em unidades sem leitos de terapia intensiva, não sendo, portanto, obrigatório.
 
- A empresa “Plástica Para Todos”, que luta incessantemente para democratizar a especialidade, expressa os mais sinceros votos de confiança, depositados junto às autoridades instituídas e aos órgãos da classe e se mantém à inteira disposição para os esclarecimentos necessários, informando aos nossos clientes que, muito em breve, serão informados sobre a nova unidade hospitalar onde os procedimentos cirúrgicos serão realizados na cidade de Cuiabá.
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