Foram menos de 24 horas entre o pedido de uma ambulância e a morte de Ananias de Oliveira, de 45 anos, na última quarta-feira (16), na Policlínica do Planalto, em Cuiabá. Ele falecey esperando uma ambulância que pudesse transportar pacientes com obesidade mórbida. O homem tinha 160 quilos.  

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De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Ses), a primeira ligação que solicitava atendimento foi feita às 12h55, na terça-feira (15). Nessa primeira chamada, o familiar do paciente contava que ele estava com algumas dores e inchaço na perna. A informação que se tratava de uma pessoa com obesidade mórbida não chegou a ser repassada ao médico.
 
Diante desse quadro de saúde, o médico teria perguntado ao familiar se teria condições de levá-lo a uma unidade de saúde por meios próprios, sendo informado pelo familiar que sim. Conforme a assessoria da pasta, as ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), são para casos de emergência e urgência, quadro que não se encaixava no caso de Ananias.
 
No mesmo dia já às 13h25, o familiar fez outra ligação solicitando uma ambulância, e durante atendimento via telefone, o médico identificou o quadro de necessidade de urgência, pois o paciente apresentava hipertensão e dispneia. 
 
Uma equipe se deslocou até o endereço, porém não conseguiu localizar a residência do paciente, que já estaria se deslocando até a Policlínica do Planalto, por meios próprios, onde deu entrada com um quadro de febre chikungunya e trombose.
 
Devido à gravidade em seu estado de saúde, a equipe médica avaliou que havia necessidade de transferência para o Pronto Socorro Municipal (PSM), fato que não aconteceu, pois tanto o Município quanto o Estado não possuem ambulância que suporte o transporte de um paciente com obesidade mórbida.
 
Na Policlínica do Planalto, pouco tempo antes de Ananias falecer, uma médica pediu apoio do Samu para transportar o paciente, já que a ambulância da própria unidade também não conseguia fazer o serviço. No entanto, o Samu também não dispõe de uma ambulância equipada para este tipo de transporte.
 
Segundo o Samu, em casos de paciente com obesidade mórbida, a recomendação é que a Prefeitura acione o serviço Help Vida, que dispõe de ambulância adequada para paciente com obesidades.  

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio de nota disse ao Olhar Direto que Ananias chegou à policlínica já em estado grave. A coordenação da unidade explicou que, devido à gravidade do estado de saúde ele precisava ser transferido para o PSM. Porém, a ambulância da policlínica não tem suporte avançado, por isso não é usada para o transporte de pacientes graves.