A secretaria de Estado de Cultura fez três pagamentos que somados ultrapassam R$ 1 milhão para a Associação Casa de Guimarães, para que a instituição produzisse o evento ‘Vem pra Arena’, nos anos de 2017, 2018 e 2019. A organização social é alvo da operação ‘Pão e Circo’, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco)
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A última parcela paga até então, no valor de R$ 350 mil, foi realizada no dia 10 de maio, próximo à última edição do evento, que teve o show nacional da banda de rock Ira, ocorrido nos dias 12 e 13 deste mês de maio.
Os outros dois pagamentos direcionados para a gestão do Vem pra Arena, conforme o sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (Fiplan), ocorreram nos meses de maio e agosto de 2017, com mais duas transferências também no valor de R$ 350 mil cada, somando o total de R$ 1,05 milhão.
O evento, que é tido como um dos principais do programas culturais da gestão do governador Pedro Taques (PSDB), funciona desde maio de 2015 e já trouxe diversos shows nacionais como Zelia Duncan, Almir Sater, Lenine, Zeca Baleiro, Vanessa da Mata, Frejat e Ira.
A Casa dos Guimarães começou a atuar no evento em 2017. Além de realizar as edições do ‘Vem pra Arena’, também recebeu recursos milionários para organizar festivais de Inverno na cidade de Chapada dos Guimarães e cuidou do Fan Fest durante a Copa do Mundo, no governo passado, no valor de R$ 13 milhões.
O Ministério Público Estadual (MPE) já havia instaurado um inquérito civil neste mês para apurar possíveis atos de improbidade administrativa ou de danos ao erário no evento ‘Vem pra Arena’, acatando denúncia da Central de Assessoria e Treinamento Instituto Metropolitano de Estudos Sociais.
A operação
Nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (22), agentes do Gaeco realizaram busca e apreensão de documentos e provas para subsidiar as investigações em curso, e notadamente para desarticular suposta organização criminosa instalada para desviar recursos públicos em contratos firmados entre referida associação e Governo do Estado de Mato Grosso, entre os anos de 2011 a 2018.
Além do crime de constituição de organização criminosa, também há indicativos da prática de peculato, falsidade ideológica, fraude em licitações e lavagem de capitais.
Outro lado
A reportagem do
Olhar Direto entrou em contato com a presidente da Associação, Erika Abdalla, mas não teve as ligações atendidas. Já a assessoria de imprensa da secretaria de Cultura declarou que a secretaria não está sendo investigada e sim a Casa de Guimarães. Sobre o ‘Vem pra Arena’, a pasta explicou que associação venceu um edital.
