O governador Pedro Taques (PSDB) recebeu na manhã desta terça-feira (03) parte da obra estrutural da nova sede do Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Correa (Cridrac). Abandonado há 30 anos, o espaço deve estar completamente pronto e disponível para uso da população, segundo o chefe do Executivo, até setembro deste ano, quando os equipamentos estiverem 100% instalados.
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“Nós não estamos inaugurando essa obra, é bom que se diga isso. Hoje é o momento em que a associação está entregando ao Governo do Estado o prédio, mas não é inaugurar obra. Nós não inauguramos obra sem equipamento, o Ministério Público não concordaria com isso”, frisou o governador, durante a vistoria realizada na manhã desta terça-feira.
A obra do novo Cridrac, iniciada em setembro do ano passado, está com 80% de estrutura física finalizada e está sendo construída no mesmo terreno onde foi erguido parte do antigo Hospital Central. Iniciada em 1984, no governo Júlio Campos (DEM), com previsão de aproximadamente 300 leitos, a obra estava abandonada e já passou por sucessivas batalhas judiciais.
Em 2009, o Ministério Público Federal (MPF) pediu o ressarcimento de R$ 14 milhões em ação protocolada em 2003, pelo então procurador da República Pedro Taques (PSDB), atual governador do Estado. Em 2016, já governador, Taques chegou a anunciar a retomada da obra. O espaço daria lugar à Cidade da Saúde, que seria construída em parceria com a iniciativa privada, mas o projeto nunca saiu do papel.
“Esta obra está parada desde 1984. Quando procurador da República que fui, para minha alegria, nós ajuizamos uma ação contra todos os ex-governadores para que esta obra terminasse, e aí o Estado foi condenado pela Justiça Federal a terminar a obra e nós fomos intimados, já como governador, a terminar a obra. Aí nós fizemos uma parceria muito importante que eu gostaria de ressaltar com o Ministério Público e empresários que montaram uma Associação. Esta Associação que tocou a obra”, ressaltou Pedro Taques.
Denominada ‘Amigos do Hospital Central’, a Associação é composta pelos empresários Wenceslau Júnior (Verdão Materiais para Construção), Júlio Brás (Ginco) e Juliano Bortoloto (Todimo). A obra do novo Cridrac foi totalmente realizada pela iniciativa privada, com os recursos recuperados pelo Ministério Público.
O Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Correa (Cridrac) atende atualmente 72 pessoas de todo o Estado, com alguma deficiência visual, motora, auditiva ou intelectual. O ambiente tem sido alvo de denúncias há anos por conta de sua precariedade. A conclusão da sede do Cridac, de acordo com o cronograma do Ministério público, estava prevista para abril deste ano.
“Aquele prédio foi realocado para o Centro de Reabilitação há mais de 40 anos, em um projeto inédito na época e é um prédio que, inclusive, tem uma parte tombada pelo Iphan. Então, nós sempre respeitamos a questão técnica e administrativa, sabemos que não temos como ampliar, não temos como expandir e trazer novas tecnologias e novos serviços para o Centro de Reabilitação. Aos olhos de muitos parece uma delonga e um lapso temporal muito grande, mas atender ao cumprimento legal, administrativo e técnico às novas tecnologias, requer muito cuidado. Por isso, talvez, essa obra parece que nunca acaba, mas não”, defendeu a diretora geral do Cridrac, Flavia Tortorelli.
