Um dia depois do ato de oficialização das pré-candidaturas de Selma Arruda (PSL) e Nilson Leitão (PSDB) ao Senado, na chapa encabeçada pelo governador Pedro Taques (PSDB), a juíza aposentada publicou um vídeo em seu Facebook dizendo aos seus eleitores que foi “tecnicamente obrigada” a coligar com os tucanos. Apesar das demonstrações públicas de afeto e das juras de lealdade que marcaram a coletiva de imprensa concedida pelo grupo esta semana, Selma desobrigou seu eleitorado de votar em qualquer candidato – a não ser ela própria – que estiver no arco de aliança firmado pelo PSDB.

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“Não foi a Selma quem coligou, foi o partido. Eu gostaria que vocês não pessoalizassem. Agora tem uma boa noticia: para quem acredita nas minhas ideias, para quem acredita no meu projeto, é obvio que as pessoas não precisam votar em chapa fechada. Aquele que acredita na Selma e não acredita em A ou B que está na coligação, pode perfeitamente votar na Selma e votar em outro governador, votar em outro deputado federal, em outro senador também porque são dois votos esse ano. O que eu peço a vocês é que não se decepcionem, porque isso são questões técnicas e legais que acabaram nos obrigando a adotar essa posição”, garantiu Selma Arruda. Veja o vídeo completo abaixo.

As declarações da juíza aposentada caíram como uma bomba no grupo recém-formado por Pedro Taques. Fontes garantem que já há uma forte movimentação para a ruptura da aliança. O vídeo de Selma foi publicado no final da tarde da última quarta-feira (25) e, desde então, o deputado federal Nilson Leitão deixou de atender telefonemas ou dar declarações sobre o assunto. O presidente do PSDB, Paulo Borges, no entanto, já admitiu que a gravação causou desgaste.

A reportagem apurou que Nilson já teria comunicado, inclusive, Adilton Sachetti (PRB) de que a vaga ao Senado dada a Selma no início desta semana estaria à sua disposição. O nome de Sachetti era cotado para a vaga, mas Selma era uma preferência do governador, conforme revelou Leitão. Sem espaço na senatoria, Sachetti havia decidido insistir na aliança com Mauro Mendes (DEM), acordo este que também foi rompido nos últimos dias.

Vale destacar que na segunda-feira (23), em entrevista ao Olhar Direto, Leitão foi enfático ao cobrar lealdade de Selma. “Eu estou muito tranquilo, acho que se ela é uma candidata forte. Quem têm que se preocupar são os outros, porque ela vai pedir voto para mim. A partir do momento que a gente fecha uma chapa, a minha historia é de lealdade, e eu não tenho duvida de que ela tem grandes chances de ganhar a eleição e ocupar a outra vaga, porque uma eu quero para mim”, disse, na ocasião.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Taques fez seu discurso, durante a oficialização da pré-candidatura, pregando a “união” e garantindo que quem dissesse o contrário sobre o grupo estaria “pregando o caos”.