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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Ildo do pão

Tetraplégico, candidato a deputado estadual quer lutar por acessibilidade e geração de emprego

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Tetraplégico, candidato a deputado estadual quer lutar por acessibilidade e geração de emprego
Conhecido pelas ruas de Cuiabá como ‘Ildo do Pão’, Ildomar Schneider, 46, filiou-se ao PDT e vai concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso nas eleições de outubro. Tetraplégico desde os 20 anos de idade, ele conta que quer lutar por mais acessibilidade e por geração de emprego e renda não só para os deficientes, mas também para todos os que mais precisam.


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Ildomar nasceu no Rio Grande do Sul, e mudou-se para Mato Grosso com a família aos sete anos de idade. Aos 20, durante as férias, bateu a cabeça em um mergulho no dia de ano novo, em uma represa, e teve uma fratura na coluna cervical, o que lhe deixou tetraplégico. No início, ficou na cama, e só conseguia mover os olhos. Foram só 16 anos depois que decidiu sair da casa da mãe e ‘viver a vida’. Hoje, é casado com Nilda Freza Schneider, que conheceu em um site de relacionamentos, e vende pães e delícias gaúchas para sobreviver.

“Nesses 26 anos eu aprendi muito na minha vida. Eu aprendi a respeitar as pessoas, aprendi a dar dignidade pras pessoas, aprendi a entender que as pessoas são importantes. E nós cadeirantes, nós deficientes, temos que entender isso. E eu como deputado, se eleito, quero poder ajudar essas pessoas nesse sentido, [de] entender que esses cadeirantes e deficientes de modo geral são pessoas importantes de uma classe da sociedade. (...) E eu sempre digo: O Ildo não consegue vestir sua camisa, mas juntos eu posso chamar vocês, milhares de pessoas, pra vestirmos a camisa junto comigo, e juntos nós olharmos pra essa classe, pra essa sociedade oprimida, sofrida, que são os deficientes”, contou ao Olhar Conceito.

A participação de Ildo na política já é antiga. Foi ele que, em 2016, sugeriu à deputada Janaína Riva a proposição de uma lei que desse gratuidade ao acompanhante de um deficiente para viagens dentro do estado de Mato Grosso. Segundo o casal, a proposta foi aprovada e sancionada, mas não foi regulamentada a tempo.

Em relação aos deficientes do estado, Ildo pensa em priorizar e lembrar de instituições que acredita estar abandonadas, como o Centro Estadual de Odontologia para Pacientes Especiais (CEOP) e o Centro de Reabilitação Dom Aquino Corrêa.

“Hoje nós temos no Brasil e no estado, segundo o IBGE, mais de 23% da população com alguma deficiência. E nós precisamos criar essa política pública voltada para pessoas com deficiência, atraí-las, tirá-las de dentro de casa e inserí-las no mercado de trabalho, na sociedade, e também uma política de inclusão social. Isso é importante. Porque tirando esse deficiente de dentro de casa, isso vai surtir um grande efeito na saúde, na educação, e irá melhorar muito a vida dessas pessoas. São pessoas que estão muitas vezes ali com depressão, e não conseguem sair do portão de casa”.

O candidato conta que tem em si mesmo um exemplo disso. “Eu me conheço e eu sei o que eu passei. Eu falo pra você que há 26 anos eu era um cadeirante, ou não era nada, era uma pessoa deitada numa cama que mexia os olhos, e hoje eu tenho essa oportunidade de ser candidato a deputado estadual. Só aí você já vê a vitória que Deus deu pra mim. A vitória de eu poder ser um candidato”, comemora.

Sobre a escolha do partido, ele conta que sempre foi um simpatizante do PDT, mas que não era filiado. “Desde o Rio Grande do Sul eu sempre acompanhei Brizola, e em Mato Grosso onde eu estava sempre tinha os candidatos e eu sempre procurei estar presente no PDT. Eu procurei a Renata Viana, fui muito bem recebida por ela e pelo deputado estadual Zeca Viana, que me receberam de braços abertos para fazermos parte desse exército PDTista, eu sou um soldado do PDT. E agora, nessas eleições, tive o privilégio de conhecer o Pivetta, e ele foi uma das pessoas que me deu um incentivo muito grande para que eu saísse a deputado, representando essa classe das pessoas mais simples, mais humildes, que deixaram de admirar o político brasileiro”, finaliza.
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