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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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VEJA ENTREVISTA

Há quase um ano como titular da Sesp, secretário comemora resolução de 'crises' e diminuição de crimes

Foto: Rogério Florentino / OD

Há quase um ano como titular da Sesp, secretário comemora resolução de 'crises' e diminuição de crimes
Há quase um ano como titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Gustavo Garcia, solucionou diversos casos de grande repercussão em sua gestão. Foram salves de facções criminosas, sequestro de empresária, atentado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), entre outros. No entanto, ele afirma que “todos esses casos tiveram desfecho positivo”. Em entrevista ao Olhar Direto, ele também comemorou a redução de crimes violentos no Estado.


Gustavo Garcia possui graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi inspetor da Polícia Civil do Estado carioca e escrivão da Polícia Federal na Superintendência Regional em Cuiabá.

Foi delegado da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso, tendo atuado na delegacia municipal de Tabaporã, Porto Esperidião (Gefron), Cáceres e Delegacia Especializada de Entorpecentes, onde foi designado como o responsável técnico pelo núcleo de inteligência operacional desta unidade.

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Ainda na atividade de inteligência, foi o chefe do núcleo de inteligência da delegacia regional de Cuiabá e coordenador da diretoria de inteligência da Polícia Judiciária Civil. É professor das disciplinas Inteligência e investigações de tráfico de drogas da academia da polícia Judiciária Civil do Estado de Mato Grosso.
 
Confira os principais trechos da entrevista:
 
Durante um ano frente à gestão houve uma redução de homicídios e latrocínios. Como que você avalia isso?
 
Nós tivemos uma redução este ano, em relação ao ano passado, de 10%. Na capital, quase 20%. Um conjunto de ações que faz com que nós obtivemos esses resultados. Por exemplo, temos que tratar as prevenções primárias. Os programas sociais eles tem sido reforçados. O Proerd, o programa Rede Cidadã, Luz do Amanhã no interior, o Bombeiro do Futuro, de Cara Limpa Contra as Drogas... Esses programas eles também criam uma rede de proteção fundamental para que haja a redução. Segundo ponto, a especialização das atividades da Polícia Judiciaria Civil. Isso é fundamental. Nós começamos a aumentar o índice de resolutividade dos inquéritos relacionados a homicídios. Tem toda uma doutrina por trás disso. Desde local do crime sendo mais bem cuidado pelos policiais que chegam ao local, até a participação da Politec, e logicamente a investigação especializada nestes crimes. Então, são pontos importantes. Um terceiro ponto são as ações de combate ao crime organizado, ao trafico de drogas feito pelas forças de segurança estaduais. E lógico também, com apoio das forças federais. Então, esse conjunto de ações, a gente começa a ver que esta dando resultado. Ações permanentes de retirada de armas de fogo também na região metropolitana e no interior. Nós focamos basicamente, nossas atuações em crimes violentos, as mortes intencionais. Nós fizemos um foco de ações para houvesse diminuição em todo Estado, e hoje nós estamos com uma redução de quase 10%. Além disso, nós tivemos como objetivo para todas as regiões integradas de segurança pública, um foco na redução dos roubos e furtos, que também estamos com redução. Nós trabalhamos hoje com análise criminal. A análise criminal visa isso. Visa você identificar problemas e atuar nas causas do problema, para que as respostas sejam efetivas, utilizando os recursos materiais e os recursos profissionais, recursos humanos. Por fim, credito tudo isso na valorização do servidor. Em recente pesquisa, Mato Grosso foi apontado com o terceiro Estado da Federação que mais investe em segurança pública. Quando existe esse olhar prioritário do Governo do Estado para a área de segurança, os resultados começam a vir. Esse olhar diferenciado em termos de valorização do servidor, não só em termo de salários, aqui nós temos um dos melhores salários do país, mas também nas condições de trabalho. Diversas unidades foram melhoradas, reformadas, ampliadas ou locadas outros prédios. Só na Polícia Civil foram 39 locações, 39 reformas de prédio. Foram contratados mais servidores, foi ampliado o número de locações de veículo, adquirido novos armamentos e feitos parcerias importantes, para obter recursos junto ao Ministério Público através de TAC, Poder Judiciário, emendas parlamentares. Esses conjuntos de ações fez com que a segurança pública se fortalecesse em nosso Estado.
 
Como está a questão do aparelhamento? A troca das armas já ocorreu? Quantos foram investidos em compra de balas, coletes, armas, etc?
 

Nós estamos viabilizando alguns projetos para suprir algumas deficiências, embora tenhamos conseguido ao longo da gestão adquirir novos armamentos através de convenio com a Senasp, através de parcerias e compras também do Governo. Conseguimos coletes, inclusive os da Polícia Civil foram adquiridos em uma ação do Cira. Dinheiro que foi roubado do Estado retornou para a segurança pública. Nós estamos com uma expectativa para o próximo ano de executar os recursos que virão do Sistema Único de Segurança Pública. Recentemente foi homologada a lei, nesta semana houve a edição do decreto regulamentando a lei, que prevê recursos para investimentos em armamento, viatura, tecnologia. Acho isso muito importante, vai cria uma fonte a mais para incremento da segurança pública. Mas, além disso, nós estamos elaborando um estudo, um projeto de lei, que nós vamos encaminhar à Casa Civil para que recursos oriundos do crime organizado e da lavagem de dinheiro sejam alocados na Segurança Pública. Porque através das forças de segurança nós conseguimos muitas vezes recuperar esse patrimônio. Cito como exemplo a operação Red Money, que foi identificada R$ 52 milhões que foram adquiridos por essa facção criminosa. Nós fizemos bloqueios judiciais, sequestros e apreensões de veículos. Parte destes recursos deveria voltar para a Segurança Pública, não só para reaparelhamento das instituições, mas também para projetos sociais. Projetos de fortalecimento da segurança pública e das ações comunitárias nos bairros onde existe maior vulnerabilidade social como, por exemplo, Pedra 90, Pedregal. São lugares e Cuiabá e no interior que poderiam ter essa ação retornando para construção de quadras poliesportivas, que houvesse realmente uma interação para os órgãos se segurança.
 
Como o senhor avalia o trabalho feito durante sua gestão? Pretende continuar no cargo, no caso de vitória de Pedro Taques? Se não houver vitória de Taques, pretende fazer o que?
 
Isso ai é decisão administrativa, decisão politica. Eu acordo todo dia com um objetivo: fortalecer o sistema se segurança pública. Porque eu sou um cidadão, componente deste sistema, eu tenho família, tenho amigos, e outras pessoas que precisam da nossa atuação, desde o mais pobre ao mais rico. Para mim pouco importa a condição econômica social, eu só tenho esse objetivo de proteger no dia que eu acordo. Amanhã a Deus pertence. Eu entrego minha vida a Deus e assim só peço saúde para fazer o que eu mais gosto de fazer, que é ser representante da segurança pública. Vou continuar sendo por que sou de carreira.
 
Durante um ano de gestão aconteceram muitas coisas, salve, facção, sequestro de empresário, entre outras. Como você avalia este ano como titular da pasta, foi vitorioso, não foi?
 
Todos esses casos de repercussão tiveram desfecho positivo. A polícia identificou e prendeu o suspeito. UPA, identificou e prendeu. Sequestro, identificou e prendeu. Salve, todos identificados. Ações contra o Estado, todos identificados e presos. Não teve um caso de repercussão que não teve resposta. Além disso, nós fizemos operações de destaque nacional. Operações provocadas por todos os órgãos de segurança pública, Red Money, Panóptico... Outras operações da Polícia Militar. Todas as respostas foram dadas. Meu diagnóstico, o que mais me identifico com tudo que foi feito, é a questão da autonomia. Autonomia das instituições policiais. Essa autonomia é algo perseguido por todos os estados da Federação. Aqui no Mato Grosso é algo segmentado. Algo que foi segmentado ao longo da gestão.
 
Trabalho na fronteira, como está? Como superar o desafio de fiscalizar uma extensa fronteira com poucos homens?
 
Na verdade se você analisar o quantitativo de servidores na região de fronteira, ele não é baixo. Trabalhei lá por muito tempo. Cáceres tem um dos maiores efetivos de investigadores do Mato Grosso. O Gefron tinha 90 servidores, hoje tem 150. Todos os municípios lá, Pontes e Lacerda, estive até ontem lá, fazendo uma visita, entregando armamento para polícia Civil e Militar. Eu pude perceber que o efetivo não é o suficiente ainda, mas houve um incremento. O que aconteceu é que nós temos que agir de forma integrada, com os órgãos federais e estaduais, exército brasileiro, forças armadas. Nós estamos fazendo isso. Prova disso, que nós estamos com o maior número de apreensão de drogas ilícitas no primeiro semestre. Só de aeronaves recheadas de droga, foram praticamente oito operações. Isso prova a integração. Ela é a maior mestre deste enfrentamento.
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