Faltando duas semanas para as eleições de 2018, o cenário real dos resultados começa a se desenhar em Mato Grosso e a expectativa é de uma renovação de mais de 60% na Câmara dos Deputados. Isso porque, dos quatro parlamentares que tentam a reeleição, pelo menos dois enfrentarão sérias dificuldades de repetirem, nas urnas, o bom resultado alcançado no pleito de 2014.

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Com Ságuas Moraes (PT), que decidiu abandonar a política, Nilson Leitão (PSDB) e Adilton Sachetti (PRB) concorrendo ao Senado e Fábio Garcia (DEM) como primeiro suplente do candidato Jayme Campos (DEM), o Estado terá pelo menos quatro novos nomes representando Mato Grosso na Câmara dos Deputados.

Na busca pela reeleição, estão os emedebistas Carlos Bezerra e Valtenir Pereira, e Victório Galli (PSL) e Ezequiel Fonseca (PP). Destes, a expectativa é que Valtenir e Galli tenham dificuldades de renovarem seus mandatos.

Acumulando sete trocas partidárias, Valtenir tem enfrentado problemas no decorrer da campanha. Isso porque uma parte de sua base de sustentação acabou permanecendo no PSB, partido cuja presidência estadual o parlamentar assumiu no ano passado, desmobilizando cabos eleitorais importantes.

Pesa contra o deputado também o fato de constantemente trocar de sigla, fato que causa grande rejeição por parte do eleitorado. Tanta troca de partido fez com que ele, hoje, seja obrigado a pedir votos para o candidato ao governo Mauro Mendes (DEM), de quem é desafeto declarado, com direito a declarações nada elogiosas da esposa do ex-prefeito de Cuiabá, Virgínia Mendes, nas redes sociais. Um vídeo que traz os dois abraçados, pedindo voto, virou motivo de chacota online.

Galli, por sua vez, deverá ser vítima da chapa proporcional montada pelo parlamentar. Além do PSL, integram a coligação “Fé e Trabalho II” o PRP, Patriota e Avante, siglas com baixa representatividade e que não contam com os chamados “puxadores de voto”. Isso, somado ao fato de que Galli perdeu uma parte do significativo apoio dos grupos evangélicos, faz com que o horizonte da reeleição seja bem difícil.

Em condição mais cômoda, Bezerra deverá ser reeleito, mas sem perder a pecha de “cacique” do MDB, partido que controla com mão de ferro sem dar chance ao surgimento de novas lideranças, exceto aquelas que contam com suas bênçãos. O fato de ser amigo de longa data do presidente Michel Temer (MDB), de quem se tornou um fiel escudeiro no Congresso, também pode pesar contra.

Já Ezequiel Fonseca conta com uma situação mais favorável entre todos para a reeleição. Após conseguir emplacar mais de R$ 370 milhões em emendas para 121 municípios de Mato Grosso, o que tem usado como mote de sua campanha, o deputado tem percorrido o Estado com boa aceitação.

Nem mesmo uma campanha contra rolando na internet, em que liga Ezequiel a Silval, patrocinada por adversários, tirou o favoritismo do deputado na região Oeste, para onde, segundo ele, levou a maior parte dos recursos, que foi utilizada pelos prefeitos para custeio e investimento em Saúde, Agricultura Familiar e Infraestrutura, áreas que contam com maior demanda por parte dos municípios.

Com isso, Ezequiel tem distribuído nas redes sociais o apoio de dezenas de prefeitos e inclusive do atual ministro da Agricultura, o senador licenciado Blairo Maggi (PP).
Além desse trabalho, o pepista conta com uma boa chapa, que deverá eleger pelo menos três deputados federais, inclusive Fonseca, que foi presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).  A coligação “A Força da União IV” conta, além do PP, com PRB, PTB, PT, PMN, Podemos, PROS e PR.