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Terça-feira, 16 de abril de 2024

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Bancada feminina sobe para três representantes a partir de 2019

Foto: Reprodução

Selma Arruda, Janaína Riva e Professora Rosa Neide

Selma Arruda, Janaína Riva e Professora Rosa Neide

Até o final de 2018, Mato Grosso terá somente Janaína Riva representando as mulheres no legislativo, como deputada estadual. A partir de janeiro de 2019, no entanto, o número cresce, já que foram eleitas no último domingo (7) também a Professora Rosa Neide (PT) e a juíza Selma Arruda (PSL), como deputada federal e senadora, respectivamente.


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Apesar de o número ter triplicado de um mandato para o outro, a representação ainda não chega a 10%. Para Rosa Neide, a luta deve continuar para que este número aumente. “Nós temos oito cadeiras [na Câmara Federal], e atualmente são 100% de homens. É muito pouca a presença da mulher. No Brasil, de todos os cargos temos 10% de mulheres, apesar de sermos mais de 50% das eleitoras. Acho que ainda está muito devagar, mas sempre é um indicativo quando uma mulher é eleita”, afirmou, em entrevista ao Olhar Direto.

Ela, que tem quase 30 anos de serviços prestados à educação, é mestre em Educação e Políticas Públicas, formada em pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e já foi secretária de educação pelo Estado. Natural da Bahia, já trabalhou na cidade de Arenápolis por dez anos, ministrando aulas de português, foi diretora de unidade da rede pública em Diamantino, professora de Ensino Superior, assessora pedagógica, secretária municipal de Educação de Diamantino, professora formadora do Centro de Formação e Atualização do Professor (Cefapro), secretária adjunta de Políticas Educacionais de 2007 a março de 2010, quando passou a coordenar as ações na área educacional do Estado de Mato Grosso.

Na Câmara dos Deputados, promete ter a educação como bandeira principal, mas também incluir pautas legitimamente femininas. “Sou professora, coloco como bandeira principal a educação porque acho também que a educação liberta a mulher. A mulher está mais forte, fazendo pós-graduação, está presente em todos os espaços da sociedade. No meio da discussão da política da educação, a representação da mulher vai ser constante”, afirma.

Além disso, a professora comenta o fato de ser a única, dentre as três mulheres, a ter uma ação e ideologia política mais à esquerda. “A minha formação sempre foi política, milito desde a minha adolescência, e a minha militância sempre foi voltada pra inclusão social, pra justiça social, pra que a gente tenha espaço pra todos e todas. Irei contribuir, porque não vou olhar só o segmento, vou olhar a totalidade”, finaliza.

Janaína Riva (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Janaína Riva, que de 2014 a 2018 foi a única mulher representando Mato Grosso no legislativo, como deputada estadual, também tem em seu histórico a luta pelos direitos femininos. É natural de Juara, formada em direito, e participa das juventudes e militâncias partidárias desde cedo. Atuou na Juventude 45 Graus do PSDB, passou pelo PTB e pelo PP, quando assumiu e coordenou a juventude da campanha a prefeito do então deputado Walter Rabelo. Fundou e presidiu o PSD jovem de Mato Grosso, o segundo estado a ter militância jovem do PSD no país. Em março de 2016, Janaina Riva se filiou ao PMDB em Brasília, em ato junto ao vice-presidente da República, Michel Temer.

Durante seu mandato, a deputada também presidiu a Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto (CECTCD) no final de 2016, e foi membro da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTAP), e comandou a audiência pública sobre feminicídio, que aconteceu em abril de 2018 e trouxe a então presidenciável e atual candidata a vice-presidente Manuela D’Ávila.

Nesta eleição, Janaína teve mais de 51 mil votos, sendo a candidata mais votada (dentre homens e mulheres) para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso. “O fato de ser a primeira mulher na história de Mato Grosso a liderar e vencer uma disputa de Deputada Estadual em primeiro lugar, isso para nós mulheres também é importante e é também uma oportunidade de escolher uma representante”, afirmou, após saber da reeleição.

Selma (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Selma Arruda, por sua vez, é a mais conservadora dentre as mulheres eleitas. Conhecida por sua postura firme e por ter prendido nomes como Silval Barbosa, José Riva, Pedro Nadaf e Marcelo De Cursi, chegou a ser chamada de ‘Moro de MT’.

A juíza aposentada nasceu no interior do Rio Grande do Sul, formou-se em direito e se mudou para Mato Grosso em 1986. Dez anos mais tarde, passou no concurso para juíza do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, e atuou em Alta Floresta, Nobres, Rosário Oeste, Poxoréu, Cáceres, Várzea Grande e Cuiabá. Em 2015, no comando da 7a Vara Criminal de Cuiabá, se tornou a juíza responsável por decisões que entraram para a história de Mato Grosso.

Em sua campanha ao Senado, pautou-se em prioridades como a luta contra a corrupção e a defesa da família, alinhada ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Em entrevista ao Olhar Direto em setembro, chegou a afirmar que “As mulheres bolsonariasas são femininas e não feministas. Nós não apoiamos estes movimentos [contra o Bolsonaro]. Sentimos muito o apoio feminino. A campanha para o Bolsonaro é voltada muito para a família, então é óbvio que nas famílias existem mães, filhas, mulheres que compõe esta família. Não sinto resistência”.

Após sua vitória com mais de 650 mil votos, Selma afirmou que suas prioridades serão “as pautas de Bolsonaro”. Pelo cargo de senadora, só havia passado Serys Slhessarenko, de 2003 a 2010, que na eleição de 2018 concorreu ao cargo de deputada federal, mas não foi eleita.
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