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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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CASE DE SUCESSO

Novacki cita aprendizado no Mapa e em MT para tentar desengessar máquina no DF

Foto: Rogerio Florentino/Olhar Direto

Novacki cita aprendizado no Mapa e em MT para tentar desengessar máquina no DF
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi sem dúvidas uma das Pastas que mais contribuiu para a saída do Brasil da forte recessão econômica iniciada em 2014. Apesar das crises internas vividas, como a deflagração da Operação ‘Carne Fraca’ e os desafios de expandir a exportação de produtos brasileiros no mercado internacional, o agronegócio foi o único setor que conseguiu crescer. E entre os principais atores desse bom desempenho esteve o secretário-executivo do Mapa e braço direito do ministro Blairo Maggi (PP), Eumar Novacki.


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“Eu falo sempre que as experiências passadas elas nos ensinam muito. Nós tivemos algumas crises no Governo de Mato Grosso e percebemos claramente que todas as crises precisam ser enfrentadas com rapidez e com muita transparência. E foi isso que nós fizemos desde o primeiro momento. É inegável que a Carne Fraca trouxe um prejuízo significativo para o setor produtivo brasileiro. Mas mesmo com tudo isso nós conseguimos avançar, crescemos nossa participação no mercado internacional. Porem, eu tenho convicção de que se não fosse essa pedra no meio do caminho, nós teríamos avançado muito mais. Agora, ficaram lições também desse episodio”, declarou Novacki, em entrevista ao Olhar Direto.

A partir de janeiro, Novacki terá uma nova missão pela frente: chefiar a Casa Civil do Distrito Federal. A amizade com o governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) contribuiu para a definição de seu nome no staff, mas foi a atuação no Mapa o fator determinante para que o convite fosse feito.

Novacki, que é coronel da Polícia Militar de Mato Grosso, será cedido para o Governo do Distrito Federal. O acordo já foi firmado entre os futuros governadores e no próximo mês o atual secretário do Mapa se prepara para assumir a transição das gestões.

Esta semana, Novacki conversou com exclusividade com a reportagem do Olhar Direto e contou detalhes do convite para trabalhar no Governo de Rocha, dos desafios que deverá enfrentar e da experiência que adiquiriu junto ao Mapa e no Governo de Mato Grosso nos últimos anos.

Novacki é graduado em Direito e especializado em Direito Público. Na administração pública, já ocupou o cargo de secretário-chefe da Casa Civil e secretário de Comunicação de MT durante os governos de Blairo Maggi. Também trabalhou como assessor institucional junto ao Senado. Eumar Novacki substituirá o brasiliense Sérgio Sampaio, que assumiu a chefia da Casa Civil do Distrito Federal em junho de 2015.

Veja a íntegra da entrevista:

OD – O senhor ganhou bastante notoriedade por conta de sua atuação no Mapa. Acredita que isso contribuiu para que o Ibaneis o escolhesse para a Casa Civil?

Novacki - Eu conheço o governador Ibaneis há um bom tempo, alguns anos já. Ele é advogado, foi presidente da OAB do DF, é produtor rural também e tão logo ele foi eleito ele me ligou pedindo uma agenda. E aí ele esteve pessoalmente comigo fazendo o convite para que eu assumisse a Casa Civil. Eu pedi um tempo para analisar a proposta, porque existiam outras possibilidades, outros convites em relação ao Governo Federal. Mas a proposta do Ibaneis me animou muito. Primeiro porque eu conheço ele, conheço seu perfil pragmático, é uma pessoa muita séria muita correta. E ele quer fazer uma gestão diferenciada, com foco nos resultados, profissional, com indicadores e que possa de fato atender aos anseios da sociedade.

Quando ele me convidou e me falou qual era a intenção dele com relação ao Governo, a única pergunta que eu fiz foi quais eram os acordos políticos que ele tinha, enfim, se existia algum acordo com relação à escolha de cargos. E ele me deixou claro que não, que o compromisso que ele tem é com a população. Foi uma decisão individual, com base no trabalho que fizemos no Ministério da Agricultura, simplificando os processos, desburocratizando os processos. E fomos o primeiro órgão finalistico a implementar um compliance com foco na corrupção, que é o que ele pretende fazer no governo do DF.

OD – O senhor já tem bastante experiência no serviço público, tendo sido, inclusive, chefe da Casa Civil de Mato Grosso. Quais desafios o senhor acredita que irá encontrar nessa nova missão no Distrito Federal?

Novacki -
Os desafios que nós devemos enfrentar passa pela mudança de cultura. Lá no Mapa nós percebemos onde teríamos que recuar, onde houveram equívocos, buscamos corrigi-los e erros que não irão se repetir numa nova gestão. Nós percebemos que o mapeamento de risco que fizemos foi bastante importante para minimizar os riscos de desvios de conduta. E esse é um dos pilares da governança. Nós aprendemos com os erros e acertos e isso servirá de experiência para que possamos ser mais efetivos.

Quando o Ibaneis me convidou ele também me garantiu que a Casa Civil terá um papel imprescindível na sua gestão, terá respaldo para auxiliá-lo na execução das políticas públicas que ele pretende implementar. E eu sei exatamente que as funções da Casa Civil é fazer com que as determinações do governador sejam cumpridas.

Nós estamos mapeando quais são as principais reclamações. O que nós já conseguimos detectar é que, por exemplo, a expedição de licenças para empreendimentos ela demora muito tempo para sair do papel. Essa é uma das questões que vamos atacar. Outra reclamação que vimos é a questão da retirada de documentos que demora muito tempo, nós queremos criar uma espécie de poupa-tempos nas administrações regionais para que as pessoas não precisem vir para Brasília. A intenção é descentralizar esse tipo de coisa para que as pessoas tenham mais comodidade e a gente possa ter mais eficiência na prestação de serviços. Mas ainda estamos mapeando.

OD – Podemos dizer, então, que a marca da sua atuação será a desburocratização da máquina?

Novacki -
Essa é uma das orientações do Ibaneis. Na área econômica, por exemplo, nós queremos criar um plano de desenvolvimento para que a gente possa atrair investimentos, para que o Distrito Federal ocupe uma posição estratégica dentro do Brasil. A região ajuda isso, porque a nossa logística facilita o acesso a todo o país. Nós queremos tornar o Distrito Federal um pólo tecnológico.

A ideia é fazer com que a economia do DF não fique dependente apenas do serviço público. Nós queremos gerar riqueza, gerar renda e isso é possível. Na agricultura, apesar do pouco espaço territorial, é possível que a gente possa avançar em algumas culturas. E é isso que nós queremos fazer. Fazer com que os serviços entregues à população sejam efetivamente de qualidade, principalmente na saúde, na educação, na segurança e na geração de emprego e renda.

OD – Os governadores Ibaneis e Mauro Mendes já acertaram a sua cessão para o Governo do Distrito Federal?

Novacki -
Eles tiveram uma reunião aqui em Brasília, durante o encontro de governadores. E nessa oportunidade o Ibaneis consultou o Mauro Mendes informalmente, sobre a possibilidade da minha cessão. Naquele dia o Mauro já sinalizou que iria autorizar. Eu acredito que no próximo mês tudo isso esteja formalizado.

No momento em que o Governo de Mato Grosso faz a minha cessão para o Governo do DF, quem passa a custear meu salário é o Ibaneis, não é o Mauro Mendes. O Governo do DF reembolsa todos os gastos que o Governo do DF teria com relação a mim. Eu entendo que nós todos somos brasileiros, não importa onde vá atuar. A gente tem que fazer o melhor pelo nosso país, esse é o ponto. Nunca deixarei de ter um sentimento especial por Mato Grosso, é meu estado do coração, onde cresci, onde me criei. Mas hoje estou tendo a oportunidade de fazer algo pelo Distrito Federal e vou me esforçar ao máximo para dar o meu melhor.

OD – O que o senhor deve levar de experiência das suas passagens pelo Governo de Mato Grosso e pelo Mapa para o Governo do DF?

Novacki -
Eu falo sempre que as experiências passadas elas nos ensinam muito. Nós tivemos algumas crises no Governo de Mato Grosso e percebemos claramente que todas as crises precisam ser enfrentadas com rapidez e com muita transparência. E foi isso que nós fizemos desde o primeiro momento.

É inegável que a Carne Fraca trouxe um prejuízo significativo para o setor produtivo brasileiro. Mas mesmo com tudo isso nós conseguimos avançar, crescemos nossa participação no mercado internacional. Porem, eu tenho convicção de que se não fosse essa pedra no meio do caminho, nós teríamos avançado muito mais. Agora, ficaram lições também desse episodio. Nós percebemos que foi necessário blindar o nosso sistema de inspeção e por isso imediatamente nós lançamos o compliance com foco em corrupção. Esse compliance é um dos pilares da governança moderna que nós implementamos no Mapa, justamente para mapear onde são maiores as nossas vulnerabilidades e criar mecanismos para diminuí-los.

Nós vamos deixar um projeto piloto até dezembro para que a ministra Tereza Cristina consiga implementar algumas coisas já nos primeiros meses da gestão.

Essa lembrança muito me enobrece, muito me honra, mas eu não me envaideço. Até porque sei dos desafios da função, sei da responsabilidade que terei nas mãos, da expectativa da população que elegeu o Ibaneis com uma votação expressiva. E nós não podemos frustrar essas pessoas, não temos esse direito. Eu estou me preparando para assumir oficialmente as funções de secretário da Casa Civil e tenho pedido a Deus bastante sabedoria para auxiliar o governador a tomar as decisões mais acertadas.

OD – O senhor mencionou a futura ministra da Agricultura Tereza Cristina, com quem o senhor está mantendo contato direto nesse período de transição. Qual sua avaliação sobre a escolha do nome dela para o Mapa?

Novacki -
Eu acredito que foi uma excelente escolha, ela é uma parlamentar bastante atuante na defesa desse setor, conhece das dificuldades, acompanhou o trabalho que nós estávamos fazendo. Nessa transição ela já deixou claro que os programas que estão dando certo ela irá manter. O próprio Agro+, ela garantiu que será mantido.

Ela assume o Ministério da Agricultura numa situação muito melhor do que quando nós assumimos, com uma governança muito mais forte, uma questão administrativa muito mais enxuta. Lógico, como é do perfil dela, ela trará ideias novas e vai eventualmente avançar em pontos que nós não tivemos tempo.

Eu brinco sempre que isso aqui é uma corrida de bastão, quem nos suceder precisa ser mais rápidos do que nós. Ela precisa fazer mais do que nós fizemos, pelo bem do país. A gente espera que além de manter os padrões que deram certo, que ela traga novidades e faça uma gestão excepcional. E ela tem todas as condições para isso.

OD – O senhor esteve no Governo Federal durante uma das piores crises econômicas que o Brasil viveu. Quais suas expectativas quanto à gestão de Jair Bolsonaro?

Novacki -
Eu estou muito otimista. Primeiro porque há uma onda de esperança bastante forte no país. Há uma quantidade imensa de empresas anunciando investimentos no Brasil. Porque existia no passado um sentimento de desconfiança em relação às políticas que seriam adotadas, mas no governo Bolsonaro as pessoas estão acreditando que os empresários serão respeitados, que as pessoas serão respeitadas, que haverá um movimento de crescimento, de geração de emprego e renda.

É lógico que esse inicio não será fácil, será difícil fazer os ajustes para reequilibrar as contas públicas. Será necessário muito pulso, muito diálogo para mostrar o que está sendo feito e como as coisas estão sendo construídas e, principalmente, muita transparência. Mas eu gostaria de destacar que estamos vivendo um momento de mudanças de valores. Nós ouvimos muito falar da corrupção sistêmica, que é aquela que está nos noticiários. Mas e a do dia a dia, que está nas pequenas atitudes? Quando uma pessoa pega o atestado falso pra faltar um dia de trabalho, quando recebe um troco a mais e não devolve, não entende que isso é ser desonesto, quando fura uma fila, quando acha que o seu direito está acima do direito do outro. Então, isso faz parte de um sistema e o país só vai mudar quando todos tiverem consciência que é necessário mudar as pequenas atitudes para mudar as grandes. Esse resgate de valores ele está acontecendo.
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