O criminoso Pablo Augusto Almeida, de 26 anos, suspeito de matar o empresário Adriano Figueiredo de Oliveira, de 38 anos, em um lava jato no bairro Consil, estava sendo transportado em um carro de passeio, sem grades, nem rádio comunicador, quando conseguiu fugir. Ele foi preso no final da manhã de terça-feira (15), na região do Parque das Águas, no Centro Político Administrativo (CPA) e acabou escapando. O homem foi recapturado na tarde de hoje. Dois outros suspeitos ainda são procurados. 

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De acordo com a presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil (Sinpol-MT), Edileuza Mesquita, os investigadores da Polícia Civil estavam procurando pelos demais participantes do latrocínio (roubo seguido de morte) e não perceberam quando Pablo, que estava algemado e sentado no banco de trás, fugiu.
 
“O estado oferece para esse civil um veículo de passeio para atender uma parte operacional. Houve a fuga deste individuo que poderia ter prejudicado a integridade física dos investigadores de polícia, eram dois. O cara [suspeito] estava sentado no banco de trás, o veículo sem estrutura de trabalho nenhum para trabalhar na segurança pública. Como que o governo quer que o policial atenda a sociedade não proporcionando o mínimo de recurso para estar trabalhando”, disse.



O policiamento em Mato Grosso vem sendo realizado, desde a semana passada, com apenas metade da frota, por conta de falta de pagamento a empresa que aluga as viaturas para o Estado. A dívida, de acordo com o Governo, é de mais de R$ 13,5 milhões e a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) está trabalhando para conseguir resolver o problema.
 
Ainda segundo a presidente do Sinpol, por conta da falta de viaturas, várias delegacias no interior do estado estão trabalhando com veículos de passeio, da marca wolksvagem e modelo Gol.
 
“Como que o governo quer que o policial atenda a sociedade não proporcionando o mínimo de recurso para estar trabalhando. Nós do sindicato vamos fiscalizar. Isso está acontecendo em todo estado. Se tivesse a rádio comunicação neste veículo, os investigadores teriam acionado o Ciosp [Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança] e pedido reforço na hora da fuga. Agora, o esforço é maior para localizar o latrocida”, finalizou.
 
Atualmente, a Sesp possui uma frota de cerca de dois mil veículos, sendo 1.088 locados e cerca de mil próprios e acautelados. O secretário da Pasta, Alexandre Bustamante, disse que 45% das viaturas operacionais estavam em processo de recolhimento, manutenção e troca de contratos.

“Coincidiu tudo no mesmo momento. O governador mandou resolver o problema. Estamos sentando com os fornecedores, pedindo um prazo maior. Estamos trabalhando há 16 dias, é humanamente impossível resolver tudo neste tempo”, ponderou. Ele acredita que até a primeira quinzena de fevereiro o problema com as viaturas esteja resolvido.



“Quanto ao fornecimento de viaturas, o pagamento ainda vai demorar. O combustível, estamos resolvendo paulatinamente. Vamos ver se conseguimos diminuir o prejuízo das empresas, mas que não seja cessado o fornecimento”, disse.
 
Latrocínio em lava jato
 
Conforme noticiado pelo Olhar Direto, o trio roubou um Volkswagen Gol, mas o abandonou momentos depois, próximo à Havan da Avenida do CPA. O crime teria ocorrido por volta das 6h30 de terça-feira (15). O proprietário do estabelecimento teria chegado ao lava jato e ao abrir o portão foi abordado pelos três bandidos. Segundo a vítima, eles queriam roubar uma camionete S10, mas como a chave não foi encontrada acabaram levando um Gol branco.   
 
Adriano, que morava próximo ao local, teria tentado ajudar o proprietário do lava jato, mas acabou sendo baleado. Ele foi socorrido ainda com vida, mas morreu no Pronto Socorro de Cuiabá. A polícia fez rondas pela região e conseguiu localizar o veículo roubado. 
 
Pelas imagens de uma câmera de segurança é possível ver a aproximação dos bandidos. O primeiro que aparece estava vestido com uma bermuda preta, camiseta preta estampada e chinelo. O segundo estava de calça preta e camiseta cinza, já o terceiro vestia calça e camiseta azul, e também um chapéu. Segundo testemunhas, o de chapéu (Pablo) é quem teria efetuado o disparo.