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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Delatora de operação contra crimes na saúde denuncia perda de emprego por retaliação e teme por sua segurança

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Delatora de operação contra crimes na saúde denuncia perda de emprego por retaliação e teme por sua segurança
Ex-funcionária terceirizada do Hospital São Benedito, Márcia Gonçalves Debesa, de 49 anos, denunciou que foi demitida em suposta retaliação sofrida por ter colaborado com as investigações contra crimes na saúde, alvos da operação Sangria, deflagrada pela Delegacia Fazendária. Em boletim de ocorrência, Maria, que era contratada da empresa Prolaboro, também diz que teme por sua integridade física. 

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A delatora procurou a Delegacia Fazendária para noticiar as supostas retaliações que sofreria por ter colaborado com informações que ajudaram no combate ao esquema montado para monopolizar a saúde no Estado de Mato Grosso, por meio de serviços médicos hospitalares. Ela conta que um dia após a soltura de Fábio Taques, um dos representantes da empresa, ela acabou demitida.
 
Márcia Gonçalves estaria fazendo serviços de rotina no Hospital São Benedito quando recebeu uma ordem para comparecer ao RH. Márcia recebeu viso prévio indenizado, sem justa causa. “A comunicante informa que sua demissão pode ter ocorrido como forma de retaliação e está com receio de sua integridade física”, descreve o documento.
 
Conforme informações do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Márcia contou que recebeu ordens de que todos os documentos físicos com o nome do ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia, fossem entregues a Kedna Iracema Fonteneli Servo, ambos alvos da operação, que tiveram mandados de prisão preventiva cumpridos. No decorrer das diligências, Kedna e Fábio Alex teriam insinuado que Márcia teria dado auxilio às investigações, indicando o destino dos documentos. Ainda conforme o MP-MT, as ordens para destruição de documentos partiram do ex-secretário Huark, e dos médicos Fábio Liberali e Luciano Ribeiro.

São réus no processo: o ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia; Fábio Liberali Weissheimer (médico); Adriano Luiz Sousa (empresário); Kedna Iracema Fonteneli Servo; Luciano Correa Ribeiro (médico); Flávio Alexandre Taques da Silva, Fábio Alex Taques Figueiredo e Celita Natalina Liberali.
 
De acordo com o MP-MT, Huark, ocupante de cargos e funções públicas, seria sócio oculto das empresas Proclin e Qualycare. Fábio Liberali também ocuparia cargos e funções públicas e também seria sócio oculto destas duas empresas e sócio da 3C-Critical Care Cuiabá Serviços Medicos Ltda.
 
Também foi apontado que Luciano Correia Ribeiro é sócio das empresas Proclin, Qualycare e Prox e Fábio Alex Taques Figueiredo era funcionário exercendo a função de gestor administrativo da empresa Proclin.
 
Operação Sangria
 
A investigação da operação Sangria apurou fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, referente a condutas criminosas praticadas por médicos/administrador de empresa, funcionários públicos e outros, tendo como objeto lesão ao erário, vinculados a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde, através de contratos celebrados com as empresas usadas pela organização, em especial, a Proclin e a Qualycare.

Segundo a apuração, a organização manteve influência dentro da administração pública, no sentido de desclassificar concorrentes, para que ao final apenas empresas pertencente a eles (Proclin/Qualycare) possam atuar livremente no mercado, “fazendo o que bem entender, sem serem incomodados, em total prejuízo a população mais carente que depende da saúde pública para sobreviver”.

A investigação demonstra que a organização criminosa, chefiada por médicos, estão deteriorando a saúde pública de Cuiabá e do Estado de Mato Grosso. Levantamento feito pela Central de Regulação de Cuiabá, em 2017, aponta que 1.046 pessoas aguardavam por uma cirurgia cardíaca de urgência e outras 390 por um procedimento cardíaco eletivo.
 
A operação, oriunda de investigação da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), é desdobramento do cumprimento de onze mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, ocorridos no dia 4 de dezembro.
 
O nome da operação “Sangria” é alusivo a uma modalidade de tratamento médico que estabelece a retirada de sangue do paciente como tratamento de doenças, que pode ser de diversas maneiras, incluindo o corte de extremidades, o uso de sanguessugas ou a flebotomia.

Outro lado 

A reportagem não conseguiu nenhum número de contato da empresa Prolaboro.
 
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