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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Ida ao STJ atrapalhou

Delegado cita retaliação e afirma que investigação da ‘grampolândia’ estava longe de terminar

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Delegado cita retaliação e afirma que investigação da ‘grampolândia’ estava longe de terminar
O delegado Flavio Stringueta, que voltou ao comando da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e também trabalhou na investigação da ‘grampolândia pantaneira’, junto com a delegada Ana Cristina Feldner, citou a retaliação que os responsáveis pelo inquérito sofreram e afirmou que os trabalhos relativos às escutas ilegais estavam longe de terminar.


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“Quando a investigação foi tirada do âmbito estadual, tinha parte dela que estava perto do fim, que é referente a ‘Operação Esdras’, que levou a prisão do ex-secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas e outros membros do governo. Isso porque o embaraço à investigação terminou com a prisão dos acusados e não precisaria de mais provas”, disse o delegado ao Olhar Direto.
 
Mesmo sem poder dar detalhes da investigação, que é sigilosa, Stringueta explica que o restante da investigação, focada na ‘grampolândia’, ainda estava longe de terminar. Isso porque dependia das operadoras de telefonia cumprir as ordens judiciais para repassar os dados pedidos pela polícia.
 
“Isso iria partir para a fase de análise. Esta etapa era complexa, a quantidade de dados demandaria muito tempo e pessoas para finalizar. Neste ponto, estava e ainda está longe. Pelas informações que tenho, depois que subiu para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), nada foi feito. Foi um prejuízo para a investigação”, comentou o delegado.
 
Questionado pela reportagem se entendeu como retaliação a sua designação para outras unidades da Polícia Civil, Stringueta explicou: “Vou colocar um fato para que as pessoas façam suas análises. Das três instituições envolvidas na investigação (Ministério Público Estadual, Judiciário e Polícia Civil), somente os delegados de polícia é que perderam. Fomos colocados em locais que não havia expressividade. Deixo para a sociedade fazer o julgamento”.

O julgamento do caso 'Grampolândia', na Vara Militar, está agendado para os dias 20, 21 e 22 de março de 2019. Lá serão definidas as sentenças de todos os réus.

Jarbas x Stringueta

O delegado Flávio Stringueta, responsável pela investigação sobre os grampos ilegais em Mato Grosso, afirmou ter sido ofendido e ameaçado pelo ex-secretário de Segurança Pública Rogers Jarbas, investigado no inquérito, na manhã da última quarta-feira (28) em um supermercado em Cuiabá. Jarbasm conforme boletim de ocorrências. chamou o delegado de “covarde” e disse que queria resolver o problema “de homem para homem”.

Delegados Stringuetta e Jarbas batem boca em supermercado de Cuiabá from Olhar Conceito on Vimeo.


As imagens de câmeras de segurança de um supermercado de Cuiabá, localizado no bairro Jardim das Américas, registraram o ‘bate boca’. 

O processo

O inquérito sobre o esquema ilegal de grampos em Mato Grosso, que tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ), já chegou à 7ª Vara Criminal de Cuiabá. O ex-governador Pedro Taques está envolvido no caso e agora que perdeu o foro e o processo foi encaminhado à Primeira Instância. A juíza Ana Cristina Mendes, que ocupa a vaga que já foi de Selma Arruda, é quem deve julgar o caso.

A juíza Ana Cristina Mendes, que deve julgar o caso, foi nomeada para ocupar a vaga na Sétima Vara Criminal em 17 de janeiro. A vaga já foi da juíza aposentada, e senadora eleita, Selma Arruda. A 7ª Vara é conhecida pelos julgamentos de casos com grande repercussão. O ex-governador Silval Barbosa e o ex-deputado José Riva chegaram a ser julgados por Selma. De acordo com a 7ª Vara, Ana Cristina também já recebeu delações do ex-secretário de Estado, Permínio Pinto (PSDB) e do empresário Alan Malouf.

Esdras

A operação responsável por revelar o esquema de interceptações ilegais na PM chama-se "Esdras" e foi desencadeada em 27 de setembro de 2017, com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador.
 
Conforme os autos, em depoimentos prestados por Soares, “descortinou-se um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.
 
Segundo o processo, Costa Soares foi convocado para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.
 
Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado.
 
Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
Segundo a denúncia do MPE, foi Gerson quem fez à Justiça os pedidos de autorização para interceptação de números de telefones de políticos, advogados e jornalistas, grampeados no esquema.  A prática de gravação telefônica clandestina, de pessoas que não são acusadas de crime, é conhecida como “barriga de aluguel”. Acusado de ser o operador do esquema, o cabo Gerson, também ficou encarcerado por nove meses.
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