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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Policiais já se infiltraram em secretaria de MT; delegado revela dificuldade em encontrar perfis para o trabalho

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Policiais já se infiltraram em secretaria de MT; delegado revela dificuldade em encontrar perfis para o trabalho
O delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Flavio Stringueta, comentou ao Olhar Direto sobre uma das propostas que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, apresentou, que versa sobre o trabalho infiltrado de policiais. Para ele, existe uma dificuldade em se achar profissionais com este perfil, além do fato de que em cidades que não são metrópoles, a chance de que sejam descobertos é ainda maior. Por fim, revela que a sua unidade já utilizou a tática, de forma mais branda, dentro de uma secretaria.


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“Esta previsão de trabalho infiltrado já existe na lei do crime organizado, mas ela é pouco utilizada. Existe um capítulo só para isto. O que acontece é que este tipo de trabalho é muito perigoso. Para um policial trabalhar desta maneira, precisa ter um desprendimento com família, amigos, características de personalidade e pessoais que o habilitem para isto. Normalmente, não se acha alguém com este perfil completo”, explicou o delegado.
 
Stringueta ainda revelou que já houve, em Mato Grosso, situações de trabalho infiltrado. “Não é tão intenso como vemos em filmes americanos, em que a pessoa entra e vive na organização criminosa. O que eu vi neste projeto é melhorar o que já havia na lei. Isto é importante. Nós fizemos, no passado, usando pessoas que eram da polícia e já trabalhavam na repartição pública investigada, eles estavam cedidos. É uma infiltração mais branda, não colocamos um elemento estranho dentro do serviço público”.
 
O delegado ainda comentou sobre outra dificuldade existente, que é o fato de que em uma cidade que não é considerada metrópole, como Cuiabá, muitas vezes o policial pode ser reconhecido por alguém, o que colocaria a sua vida em risco.
 
“O que daria certo é utilizar servidores de outro Estado. Talvez, remeteríamos à Polícia Federal. Se eles fizessem um trabalho infiltrado em Cuiabá ficaria mais fácil de camuflar. Também temos Estados maiores, onde é mais fácil a pessoa passar despercebida. Aqui, só conseguiríamos utilizar um policial se ele fosse de outro Estado ou do setor de Inteligência, que não é visto e conhecido”, finalizou o titular da GCCO.
 
Em uma das suas entrevistas coletivas, Sérgio Moro citou o exemplo do trabalho feito em Nova York nos anos 80, quando o FBI combateu famílias de traficantes em conjunto com as Promotorias locais e federais.
 
“Uma regulação mais clara do que nós chamamos de operações policiais disfarçadas. Isso se faz muito nos Estados Unidos, com grande eficácia contra organizações criminosas, a utilização de policiais disfarçados para descobrir esses crimes. Então, por exemplo, policiais disfarçados comprando grandes carregamentos de drogas e armas. A nossa legislação, embora na minha opinião permita esse tipo de comportamento, ela não é totalmente clara e é importante deixar isso de uma maneira mais clara”, comentou.
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