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DIA DE LUTA

Mulheres protestam contra feminicídio e reivindicam direitos na Praça Alencastro

08 Mar 2019 - 17:25

Da reportagem local - Isabela Mercuri / Da redação - Vitória Lopes

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Mulheres protestam contra feminicídio e reivindicam direitos na Praça Alencastro
Servidoras, professoras, procuradoras, estudantes, mães, mulheres: vários coletivos se uniram nessa tarde de sexta-feira (8) em um ato público no Dia Internacional da Mulher para protestar contra a reforma da Previdência, o feminicídio e pelo direito das mulheres negras, lésbicas e direito ao corpo. Também está na pauta a cobrança por agilidade na investigação do homicídio da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco.


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Em adendo ao ato, está também a greve geral de servidoras. A assistente social Glória Maria Munhoz, que faz parte do coletivo “Mulheres na Luta” há três anos, chama atenção para direito de autonomia das mulheres. Peruana, ela aponta para os altos índices de feminícidio que ocorre na América do Sul.


Glória (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

“Em primeiro lugar, esta a urgência de estarmos questionando toda a violência que se aplica as mulheres. Todo o sofrimento, toda a perca de direitos. Juntando nossas vozes, a vida das mulheres esta sendo ameaçada constantemente”, explica Glória, lembrando que a manifestação é um chamado de atenção para a sociedade.

“É um lembrete para falar basta. Basta de violência, de tanta exploração, de discriminação, somos diferentes, mas não somos desiguais. E lembrar isso, que a vida das mulheres tem que ser plena, escolhendo ter um companheiro, sendo qualquer for sua orientação sexual, se quer ou não ter filhos. É o direito aos nossos corpos e liberdade poder andar qualquer hora na rua sem sentir medo”, diz.

Glória fala ainda sobre Marielle Franco, vereadora que foi assassinada em março do ano passado e que era símbolo de resistência. “O lema do movimento nacional é 'Vivas, livres e sem dívidas nós queremos', e aqui nós estamos no Brasil fortemente chamando a responsabilização para quem assassinou Marielle. No dia 14, cumprimos 1 ano de sua morte, e até agora nada aconteceu”.

É a primeira vez que a estudante Laura Caparelli, de 16 anos, participa de um ato no dia 8 de Março. Ela conta que ficou sabendo da manifestação pelo Instagram, e que faltam ainda muitos direitos para as mulheres conquistarem. “Eles estão na constituição, mas não estão na prática”, comenta.

Laura (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

“Eu estava conversando sobre isso com meu professor de filosofia hoje na aula e ele falando que a gente tem liberdade, mas depende. A gente tem liberdade de andar na rua só que não tem ao mesmo tempo, porque a gente está andando com medo e eu acho que a gente deveria lutar por isso, lutar para não ter medo”, comenta.

A procuradora e presidente do conselho estadual de direitos da mulher, Glaucia Amaral, alerta para os dados preocupantes de feminicídio em Mato Grosso. Só no ano passado, 38 casos foram registrados. De acordo com ela, a segurança pública se tornou uma das principais pautas do conselho.

Glaucia (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

“O conselho da mulher de Mato Grosso está trabalhando em quatro frentes primordiais, junto com a Secretaria do Estado de Educação, para inserção como matéria transversal da questão da violência doméstica, junto a Secretaria de Segurança Pública, pra que tenhamos a delegacia 24h, a patrulha Maria da Penha, aperfeiçoarmos as instituições de segurança pública, já que Mato Grosso está batendo recordes de violência”.

Outra pauta que a procuradora traz é a de acesso a creches para que mulheres possam trabalhar, além de saúde feminina, sob os altos indicies de câncer de mama, por exemplo. “estamos juntos aos municípios para que viabilizem creches, berçários públicos, porque as mulheres precisam trabalhar, precisam ter liberdade financeira. Elas hoje são chefes de família e são elas que cuidam dos filhos”, explica.
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