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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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conflito na saúde

Médicos do SUS reagem e acusam Luiz Soares de 'incompetência'

Representantes do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso acusam o secretário Luiz Soares de “incompetência administrativa” à frente da Secretaria de Saúde de Cuiabá. A avaliação foi feita em uma carta que será enviada para o prefeito Wilson Santos, em busca de uma solução para o impasse entre a classe e o secretário.


Na carta, quatro tópicos são listados como principais motivos do caos público na saúde em Cuiabá. O primeiro a ser listado é o autoritarismo desmedido, exemplificado por portarias radicais, imediatas e sem um amplo debate para a tomada de uma decisão benéfica para a população.

Segundo eles, o secretário também usa a portaria nº016 de 2009, um incentivo de produtividade em forma de abono salarial, para ameaçá-los a cumprir ordens súbitas. “Ele liga aos domingos de manhã, final de semana de madrugada e nos chama para uma reunião imediata, sempre fora do horário de expediente, dizendo que quem não comparecer perde o complemento do salário”, desabafou Cleo Borges, presidente do NASF (Núcleo de Apoio da saúde da Família).

Neste tópico também estão as reclamações de dificuldade de comunicação e improdutividade nas reuniões.

Problemas profissionais

Outros dois tópicos, indefinição de critérios para os profissionais e direitos trabalhistas se confundem. Luiz Carlos Alvarenga, presidente do Sindicato dos Médicos, alega que 95% dos salários de funcionários da área é composto por complementos e não piso. “Hoje, se um médico do SUS vai se aposentar, ele não contará com estes complementos,”  explicou o presidente do sindicato.

Ainda de acordo com Alvarenga, Cuiabá possui o segundo pior piso salarial de todo Brasil para médicos do SUS, com um valor de R$ 856,00.Várzea Grande, com pouco mais de R$ 1 mil, é o  quarto pior piso.

Também nestes itens, constam as reclamações sobre os critérios de contratação e punição aos médicos. “O secretário discursa nas comunidades que não contrata neurologista porque nãoo encontra nenhum. Ele pede para indicarem alguém que ele contrata. Só que ele não diz que vai pagar só o piso. Nunca um neurologista vai trabalhar por esta quantia,” disse Eliana Carvalho, representante dos médicos no Comitê da Saúde.

“É comum jogar a culpar toda em cima do médico para ficar de bem com a opinião pública,” completou a médica.

Quanto as punições, os representantes do sindicato alegam que vários colegas de profissão foram transferidos sumariamente, sem maiores explicações.

Incompetência

De acordo com Cleo Borges, o secretário possui uma visão de como a saúde deve funcionar diferente da classe, e isso tem impedido que ocorram melhorias para a população cuiabana. Fatos que foram suficientes para os médicos incluírem o item incompetência administrativa na carta.

“Ele, por exemplo, não quer incluir a odontologia no PSF (Programa Familiar de Saúde). Ao invés disso, prefere um dentista indo uma vez por ano na comunidade atender 60 pacientes e quem não for atendido que espere até o próximo ano.”

Segundo eles, o tamanho da atual fila de espera por algum especialista também se deve a falta de estratégia da secretaria. “Ele está jogando a culpa para os hospitais, mas é deles”, finalizou Cleo.

 Na quinta-feira (27), acontecerá uma assembléia geral dos médicos, onde será discutida a situação. Nessa assembléia, também será apresentada a proposta de demissão em massa e a carta manifesto.
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