Centenas de pescadores lotaram o Ginásio Dom Aquino nesta tarde de segunda-feira (24). Eles fizeram questão de participar da audiência pública, requerida pelo deputado estadual Sérgio Ricardo, que visava debater e buscar soluções para os problemas que os profissionais da pesca vêm enfrentando para se regularizarem.

O presidente da Federação de Pescadores do Estado de Mato Grosso, Lindenberg Gomes, disse que os métodos para a emissão da carteirinha não são legítimos. Ele ainda lembrou que existem pessoas que estão há mais de 4 anos tentando retirar o registro de pesca e não conseguem.

E o problema não se restringe apenas aos que não conseguem tirar a careira, alguns profissionais já tiraram, porém não conseguiram renovar no ano seguinte.

Esse é o caso de Waldeci Santos Pereira, 43 anos, pescador da Colônia Z-11 de Poconé. Ele conta que desde 2008 tenta renovar seu registro mas não consegue. Sem ter outra opção, Waldeci continuou pescando sem registro, até que foi preso, teve seu pescado apreendido, e paga até hoje para a Justiça. “Foi humilhante”, completa. Desempregado,Waldeci hoje vende doces na rua para manter sua família.

O superintendente do Ministério da Pesca e Aqüicultura, Valter Santana, explicou que a Saep (Secretaria de Aqüicultura e Pesca) é que emite a carteira. Segundo ele, além do RG, CPF e outros documentos, há uma preocupação com a preservação ambiental. Para que o pescador receba a carteira, ou renove, é necessário que não faça pesca predatória, como com tarrafas por exemplo.

Ele ainda prometeu ouvir as reivindicações dos trabalhadores, e regularizar as situações até o último de outubro, quando começa a piracema, período em que a pesca fica proibida e os pescadores registrados recebem um salário mínimo de ajuda do governo.

A audiência contou com a presença de 17 colônias de pescadores de todo o Estado.