O vereador Ralf Leite (PRTB), embora tenha afirmado que iria, não foi  prestar depoimento na sindicância aberta pela Polícia Militar, para apurar a denúncia feita por ele, dando conta  que policiais teriam tentado extorqui-lo.  Na madrugada do dia seis de fevereiro, Ralf Leite foi preso na companhia de um travesti, menor de idade, em Várzea Grande.

Ao invés de prestar depoimento, Ralf mandou através de seus advogados,  um documento onde argumenta ser desnecessário a audiência, uma vez que já é investigado na Câmara Municipal pela Comissão de Ética e apresentou defesa sobre o mesmo assunto. O documento foi protocolado no Comando do 4º Batalhão, às 10h30. 

Tanto na sindicância aberta pela PM, quanto na Comissão de Ética da Câmara, os policiais negaram a versão de Ralf. Ao contrário, disseram que o vereador tentou suborná-los para não levá-lo preso.

O responsável pela sindicância, tenente coronel Wilson Batista, lamentou a ausência de Ralf no depoimento, pois considera que seria importante ouví-lo. Independente disso, Batista pretende entregar o relatório conclusivo da sindicância ao comando da Polícia Militar, na próxima segunda-feira (16). Na sindicância já foram ouvidos, o menor travesti que estava em companhia do vereador, os policais que o prenderam, um tenente que participava da operação e um major do comando Regional da PM, em Várzea Grande.

Dois dos três membros da Comissão de Ética, Everton Pop ( presidente ) e Domingos Sávio ( relator do processo por quebra de decoro instaurado na Câmara de Cuiabá ),estiveram no local, onde haveria a audiência. Eles pediram à PM para acompanhar o depoimento de Ralf. 

Os dois lamentaram a ausência do vereador, mas confirmaram que, no prazo máximo de 15 dias deverá ficar pronto o relatório em que pedirão, ou não, a cassação de Ralf Leite por quebra de  decoro parlamentar.

O relator do processo, Domingos Sávio, aproveitou para rebater os argumentos da defesa apresentados pelos advogados de Ralf Leite, contestando o trabalho feito pela Comissão de Ética até o momento. "Tudo tem sido feito dentro da legalidade e os documentos que os advogados têm apresentado não tem sustentação com  aquilo  que já foi colhido nos depoimentos", disse Domingos Sávio.

 Hoje à tarde, a partir de 14h, Ralf Leite tem um novo encontro com a Justiça. Desta vez ele será ouvido pelo juiz eleitoral, Rondon Bassil, da 37º Zona Eleitoral, no processo em que é acusado de compra de votos nas eleições do ano passado.  

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