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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Descaso

Comerciantes do Mercado Municipal reclamam de ausência da Prefeitura

Foto: Lucas Bólico

Sebastião Luciano Freitas presidente da ASCOMMIS

Sebastião Luciano Freitas presidente da ASCOMMIS

Os áureos tempos do Mercado Municipal de Cuiabá são apenas boas lembranças na memória de quem viveu na capital mato-grossense algumas décadas atrás. Sebastião Luciano Freitas, que se mudou para a Cidade Verde há alguns anos, diz ter pego o final da época em que o mercado vivia cheio. Hoje, Sebastião é presidente da ASCOMMIS (Associação dos Comerciantes do Mercado Municipal) e vê com tristeza a atual situação em que o mercado se encontra.


Entre os comerciantes instalados no local, a revolta com o poder público é unânime. Marco Paulo, dono de uma lanchonete, diz que os políticos deram as costas para o mercado municipal. “Não dão valor para nós. Tem muita gente daqui que nem sabe que a gente existe”, reclama. “A gente tem medo até de reformar”, completa.

O medo dos comerciantes de tomarem a frente e reformarem seus próprios boxes acontece devido a instabilidade em que a situação deles se encontra. Há alguns anos existe um impasse, vários projetos de reforma já apareceram, inclusive uma proposta de retirar os comerciantes de lá definitivamente. Com isso, quem quer reformar seu estabelecimento tem medo de gastar dinheiro com as obras e depois, com uma eventual mudança, perder todo o investimento feito.

Gilberto Goés Durigon, proprietário de uma loja de itens de animais de estimação, uma das mais antigas do mercado, lembra que á cultura cuiabana que está sendo perdida com a depredação do local. E o presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado Municipal, Sebastião Luciano Freitas, diz sentir até vergonha dos turistas. “Alguns vêm e perguntam onde é o mercado municipal, e eles se espantam quando digo que é aqui. Sinto muita vergonha”, conta.

Durante a visita da reportagem do Olhar Direto ao Mercado Municipal, todos os comerciantes abordados tinham um medo em comum: de a matéria ser depreciativa. Quando avisados que o real motivo da reportagem era um resgate histórico e uma tentativa de acelerar o impasse, mostrando para a sociedade a situação do Mercado Municipal de Cuiabá, alguns aceitavam dar entrevista, outros ainda não.

Esse medo é fruto da insegurança de um povo trabalhador, que, com muita luta diária, tenta manter viva a cultura cuiabana. Um povo que já perdeu o crédito nos políticos, e que ainda tenta ganhar o sustento em um local abandonado pela sociedade.


Atualizada às 18h
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