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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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‘Ele era muito inocente’, diz mãe de menino morto por colega em carro

‘Ele era muito inocente’, diz mãe de menino morto por colega em carro
Leonardo Henrique Alvarenga, de 16 anos, morto na madrugada de segunda-feira (27), na Zona Leste de São Paulo, após levar um tiro na cabeça, é definido pelos familiares como um menino medroso, ingênuo e brincalhão. Conhecido por ajudar a promover ‘rolezinhos’, encontros organizados pelas redes sociais, principalmente, em shoppings da capital paulista e da Grande São Paulo, o jovem foi atingido por um disparado feito por um amigo, dentro de um carro.


À base de remédios e hospedada na casa de parentes, a mãe Eliane Alvarenga, de 32 anos, se diz inconformada com o assassinato de menino, o mais velho de seus cinco filhos. Ela acredita que Leo, como era carinhosamente chamado, foi morto “por ser inocente e acreditar que todo mundo era seu amigo”.

O tiro foi disparado pelo funileiro Leonardo Almeida, de 18 anos. Os dois estavam em um carro acompanhados de mais quatro adolescentes, três meninas e um menino. À polícia, todos disseram inicialmente que foram abordado por dois motociclistas que anunciaram o assalto e atiraram no menino. Após perícia no veículo, porém, foi constatado que o disparo tinha partido de dentro do automóvel.

A arma, um revólver calibre 38, pertencia a Robson dos Santos Lopes, de 30 anos, preso em flagrante por porte ilegal. De acordo com testemunhas, ele era traficante de drogas na região, tinha antecedentes criminais e era conhecido apenas como Almeida.

Segundo Liliane Alvarenga, tia do adolescente morto, a amizade entre seu sobrinho e o funileiro era recente. Eles se conheceram pela internet e, como o menino tinha carro e carteira de habilitação, convidava os colegas para sair. “A gente nem sabia quem era esse rapaz. Não era amigo conhecido da família", explicou.

O grupo tinha deixado o baile por volta das 2h de segunda-feira e se reunido na casa da vítima. Uma das garotas pediu para ir embora e todos foram levá-la. No meio do caminho, Almeida entrou em uma rua descrita pelas testemunhas como "deserta, escura, e ponto de tráfico na região."

Na biqueira, o funileiro encontrou Robson, que portava a arma, e pediu para “brincar” com o objeto. Ao G1, uma das jovens que estava no carro contou que o dono do revólver teria descarregado e simulado o disparo contra a própria cabeça, antes de emprestá-la.

“O Leonardo Almeida pegou a arma, mirou para o nosso amigo e perguntou se ele estava assustado. O Leo estava com cara de medo. De repente, vi um clarão na minha cara. Depois, olhei e vi que o Leo estava com um buraco na cabeça e o sangue escorrendo. Gritei e pedi para ele correr para o pronto-socorro, rápido.”

Eliane Alvarenga revelou que seu filho nunca foi usuário de drogas, tampouco teria algum envolvimento com traficantes do bairro. “Ele era o medroso da turma, jamais mexeria com arma, se envolveria com essas pessoas. Tinha medo do escuro, dormia de luz acesa e nunca sozinho”, contou.

'Fama' nas redes sociais
Leonardo gostava de jogar bola, de funk e torcia pelo Santos. Sonhava em ser famoso e tinha como hobby a manutenção de sua popularidade. Admirava diversos funkeiros, como MC Daleste, mas temia morrer tragicamente como seu ídolo. "Ele cantava, mas dizia que não queria ser funkeiro porque tinha muito medo de tomar um tiro no palco se ficasse famoso", comenta Viviane Alvarenga, tia do garoto.

Os parentes o descrevem como um menino muito querido. Cursava a sétima série do ensino fundamental de tarde e gastava seu tempo livre na internet, principalmente no Facebook. “No velório, tivemos que fazer uma fila, foi gente até de Guarulhos, alguns só o conheciam da internet”, recordou o tio.

De acordo com as tias, entre os primos e colegas, havia a disputa por 'curtidas'. O sucesso era medido pela audiência das fotos e postagens na rede social. Habilidoso na autopromoção, o jovem acabou arrebatando fãs. “Ele era a estrela do Facebook. Tinha gente que me adicionava só por ser mãe do Leo”, conta, orgulhosa.

A fama rendeu, também, o bico de 'promoter' de eventos na Zona Leste. A família nega que ele faça parte de associações que promovem ‘rolezinhos’ em shopping. “Por ser conhecido, ajudava a divulgar festas, bailes e ganhava o dinheirinho dele. Não tem nada a ver com rolezinho. Ele nunca foi organizador”, defende a mãe.

 
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