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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Estado pede laudo para garota de 146 kg e 12 anos ir a aula; mãe vê bullying

Foto: (Foto: Fernanda Zanetti/G1)

Mãe reclama que garota de 146 quilos é ofendida

Mãe reclama que garota de 146 quilos é ofendida

A mãe de uma garota de 12 anos que pesa 146 quilos e frequenta a Escola Estadual Pedro de Mello, no distrito de Tupi, na zona rural de Piracicaba (SP), reclama do tratamento dado à estudante em razão da obesidade. Segundo a genitora, a direção sugeriu que a menina fosse retirada do estabelecimento de ensino. "Eu me senti ofendida. Minha filha é obesa e hipertensa, mas faz o controle com medicamentos. Isso não justifica um pedido desses", disse a vendedora Cláudia de Almeida Martins Rodrigues, de 42 anos. A Secretaria Estadual da Educação exigiu um laudo médico sobre as condições de saúde da jovem, que também é vítima de bullying praticado por alunos, de acordo com a mãe.


Cláudia relatou que foi obrigada a assinar, no último dia 8, um termo de responsabilidade de próprio punho para que a filha pudesse frequentar as aulas de educação física. No dia 12, recebeu um comunicado da escola para que providenciasse um documento médico com autorização para as atividades esportivas, já que a menina apresentava "comportamento ofegante, chamando a atenção por ser fora do normal".

Dias depois a mãe levou à escola um laudo assinado por um profissional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde a garota é acompanhada mensalmente. No laudo, o médico escreveu que a "paciente não apresenta contraindicação para atividades escolares, mas tem limitações temporárias para atividades físicas até o controle da pressão arterial".

De acordo com a vendedora, o diretor da escola a orientou a retirar a garota da escola quando ela foi levar o laudo médico. "Antes tinha me reunido com o diretor e pedi para ele conversar com os alunos e fazer uma campanha de conscientização na escola para falar que existem pessoas magras, gordas, negras e brancas. No entanto, dias depois ela foi novamente ofendida", disse Cláudia.

A prática de bullying se agravou no início deste mês, de acordo com a mãe. A irmã da adolescente obesa, que frequenta a mesma escola, chegou a ser suspensa por um dia após estapear um garoto que acabara de chamá-la de "gorda". "Foi a segunda vez que o menino ofendeu a minha irmã, por isso não aguentei. Sei que não é o correto bater e nunca tinha feito isso, mas também não é justo ofendê-la daquela maneira", relatou a irmã, que tem 13 anos.

Sobre o bullying, a Secretaria da Educação informou que a escola mantém, não apenas para este caso, ações de combate desenvolvidas com todos os alunos e orientações sobre respeito mútuo entre colegas. A pasta informou ainda que está prevista uma reunião com a mãe da estudante.

Problema de saúde

Cláudia contou que a filha toma corticoides desde os 4 anos porque sofre com bronquite. Ela relatou ainda que a menina sempre fez acompanhamento médico por causa do peso e que a estudante está na fila para fazer cirurgia bariátrica, porém o procedimento será autorizado apenas quando ela completar 16 anos. "Sou de família humilde e não tenho condições de pagar um tratamento caro para minha filha. Mensalmente faço o acompanhamento na Unicamp, mas nos 10 meses ela engordou 23 quilos. Tento segurar a alimentação e fazer tudo direitinho, mas não tem resultado", afirmou.

De acordo com a vendedora, a garota fez inúmeros exames para descobrir as causas da obesidade, mas até o momento não houve justificativa. "Sempre corri atrás e pelos meus filhos faço tudo, mas não sei mais a quem recorrer. O tratamento médico não está resolvendo e agora tem a questão do bullying na escola para atrapalhar mais ainda", desabafou.


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