Após ter sido alvo de duras críticas de uma coluna online do jornal Folha de S.Paulo por ter pedido a retirada de pauta de um projeto que visava o investimento em pesquisas astronômicas, o deputado federal Fábio Garcia (PSB) citou a crise econômica do Brasil para se justificar. De acordo com ele, o país tem encontrado dificuldade para honrar compromissos internacionais e até mesmo de manter algumas embaixadas no exterior, portanto precisa repensar se está em condições de firmar um novo acordo.

“Precisamos refletir quais são nossas prioridades. Em nenhum momento fui contra a educação. Ao contrário. Eu enfatizei bem a palavra educação como uma das áreas prioritárias. Mas o Brasil já perdeu sua cadeira, talvez temporariamente, na Corte de Haia por falta de pagamento. Embaixadas estão com conta de luz atrasada. Temos que pensar muito bem se o Brasil tem dinheiro para investir em mais um acordo agora”, afirmou.

A explicação do parlamentar vem depois de a coluna “Mensageiro Sideral”, do jornalista Salvador Nogueira,  o acusar de dar um “show de ignorância política” pelo pedido de retirada do Decreto Legislativo nº 1.287/2013, o qual selaria um acordo para investir R$ 800 milhões e permitir a entrada do Brasil no Observatório Europeu do Sul (ESO), localizado no Chile.

Leia mais:
Mauro Savi tem aval de Maggi para deixar PR e refundar Partido Liberal em Mato Grosso

Nogueira acusou Garcia de “aparecido” e de usar um discurso para ignorantes, devido a seguinte postagem do parlamentar através do Facebook: “Solicitamos a retirada de pauta de um acordo que o governo federal fez com a União Europeia que faria o Brasil gastar 800 milhões de reais com pesquisa astronômica. Os astros que precisam ser enxergados no Brasil é o povo brasileiro que sofre com a ausência de saúde, educação e segurança pública de qualidade! Tamojunto!”

Contudo, Garcia rebate e afirma que seria ter “uma visão míope do país” se não for levado em conta a atual situação de crise. “Temos um corte linear de 33% em todas as áreas. Precisamos, antes de aprovar ou não esse decreto, refletir se teremos condição de pagar ele. Só para a entrada, precisamos pagar R$ 400 milhões. Mato Grosso tenta receber R$ 400 milhões de compensações pelas desonerações da Lei Kandir e não consegue. Então, como vamos pagar por isso?”, questionou.

Fábio Garcia ainda lembrou o fato de o Governo Federal ter ordenado um pente fino para decidir quais programas irá manter ou extinguir. “As bolsas de auxilio ao ensino superior e o Ciência sem Fronteiras já estão com repasses atrasados. Nem sabemos se elas vão continuar e querem fazer mais um compromisso? Primeiro nos precisamos refletir quais investimentos devem ser feito nesse momento difícil”, finalizou.