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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Justiça determina que alunos com notas baixas sejam ouvidos antes de exclusão do Fies

Foto: Jacques Lepine/25.abr.2013/AE

Justiça determina que alunos com notas baixas sejam ouvidos antes de exclusão do Fies
O Tribunal Regional Federal da 1º Região decidiu que todos os estudantes poderão se justificar às instituições de ensino superior antes de serem excluídos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), por baixo rendimento acadêmico.


Esse entendimento faz parte da decisão do desembargador, dada à ação civil pública movida pelo MPF (Ministério Público Federal) contra a Caixa Econômica Federal, a União Federal, a Escola Superior de Ciências Contábeis e Administração de Ituiutaba (Minas Gerais), o Unitri (Centro Universitário do Triângulo Mineiro) e o Instituto Superior de Ensino e Pesquisa.

O MPF alega que estudantes foram retirados automaticamente dessas instituições e pede que sejam reincluídos todos que saíram desde janeiro de 2001 e não tiveram oportunidade de defesa. Apenas a Unitri afirmou que ouve cada um dos estudantes interessados no período de renovação do contrato. As outras duas instituições alegaram que contam com a comissão e que os estudantes interessados podem procurar o grupo e se justificar.

Em relação a essas instituições, o TRF decidiu que devem notificar os alunos excluídos desde 2001 por mau desempenho acadêmico e dar o prazo de cinco dias para que apresentem justificativa. As unidades terão 120 dias para cumprir a decisão, sob pena de pagamento de multa de R$ 30 mil.

As justificativas serão julgadas pelas comissões do Fies e, caso acatadas, a Caixa Econômica Federal, responsável pela operação do fundo, deverá reincluir o estudante. Caso isso não seja feito no prazo de 60 dias, a Caixa deverá pagar multa de R$ 1 mil por estudante.

O desembargador decidiu ainda que se essas unidades de ensino voltarem a excluir automaticamente os estudantes que reprovaram em mais de um quarto das disciplinas, elas pagarão multa de R$ 500 por aluno.

Caixa Econômica

A Caixa informou, por meio de nota, que vai recorrer da decisão. "As exigências de desempenho acadêmico para a manutenção do financiamento estudantil são previstas em lei e regulamentadas pelo Ministério da Educação. A Caixa atua como agente financeiro do programa. Como a decisão confronta o texto legal, a Caixa irá recorrer", informa o banco.

O Fies oferece cobertura da mensalidade de cursos, em instituições privadas de ensino superior, a juros de 3,4% ao ano. O estudante começa a quitar o financiamento 18 meses após a conclusão do curso. O programa acumula 1,9 milhão de contratos e abrange mais de 1,6 mil instituições.

Regras atuais

Atualmente, os estudantes contam com uma comissão formada em cada instituição para tratar do financiamento, mas, muitas vezes, não são oficialmente notificados antes da exclusão nem convocados a se justificar.

Pelas regras do Fies, os estudantes devem ser aprovados, no mínimo, em 75% das matérias que cursam no semestre para continuarem no programa. Caso descumpram a exigência, atualmente, alguns são excluídos automaticamente. Para o desembargador federal Souza Prudente, isso é abusivo e ilegal. "Não se admite que uma decisão tão prejudicial dessa natureza seja tomada de maneira furtiva, às ocultas, de forma a impossibilitar sua defesa."

As unidades de ensino participantes do Fies devem formar a Comissão Permanente de Seleção e Acompanhamento do Fies. Essa comissão, no entendimento do tribunal, deve procurar o estudante antes de decidir pela exclusão. A comissão é formada por dois representantes da direção da instituição, um representante do corpo docente e dois representantes da entidade máxima de representação estudantil do estabelecimento.
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