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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Manifestantes prometem ‘tomar’ Usina de Manso se indenizações não forem pagas; fotos

Foto: Wesley Santiago - Olhar Direto

Manifestantes prometem ‘tomar’ Usina de Manso se indenizações não forem pagas; fotos
Os integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) prometeram ‘tomar’ a Usina de Manso, caso não tenham as reivindicações atendidas. As famílias cobram da empresa responsável – Furnas – o dinheiro da indenização prometido para que eles se retirassem do local. Um protesto foi realizado na manhã de sexta-feira (12), na rodovia Emanuel Pinheiro, próximo ao trevo de Manso.


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Um dos manifestantes que preferiu não se identificar afirmou ao Olhar Direto que: “Se as nossas reivindicações não foram atendidas, nós vamos ‘tomar’ a Usina de Manso. Só assim é que eles começam a se preocupar com a gente, é um direito nosso, só estamos cobrando. Eles nos prometeram isto”.
 
De acordo com a MAB são 968 famílias que tem de receber a indenização, porém, a empresa Furnas Centrais Elétricas estima que o número seja de aproximadamente 400 famílias. “Desde que inaugurou que está prometido que eles iam nos pagar, mas isso não aconteceu”, explicou João Araújo, que também participou da manifestação.
 
“Há 20 anos que estão prometendo me pagar, mas até hoje não aconteceu. Eu não fui atrás deles, eles me procuraram no meu serviço, eu estava trabalhando. No começo relutei em aceitar, mas todos diziam que seriam bom para a gente e acabei aceitando. Disseram que eu teria direito a uma casa boa e também 15 hectares de terra em Cuiabá”, lembrou ao Olhar Direto o aposentado Gregório Silva, de 68 anos.
 
O aposentado agora mora em Chapada dos Guimarães, pois não conseguiu se estabelecer na capital mato-grossense: “O lugar onde eu estava tinha muito bandido, era impossível morar lá. Por isso me mudei para Chapada, que é mais tranquilo. Por conta destes problemas eu cheguei a passar fome”.
 
“Eu estou doente. Entre exames e remédios eu tenho que pagar R$1.400, por sorte tem um enfermeira que tem um coração enorme e me ajuda, se não fosse por ela não sei o que seria de mim. Para conseguir o terreno de Cuiabá eu acabei até fazendo um empréstimo no banco”, ressaltou Gregório.

Rodovia ficou interditada

A Rodovia Emanuel Pinheiro, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, ficou interditada na manhã desta sexta-feira (12). Os manifestantes bloquearam a via por volta das 08h, porém estavam liberando o trânsito a cada trinta minutos. Depois, por volta das 10h30, eles fecharam de vez o trânsito e um grande congestionamento foi formado. Ao meia dia a estrada foi liberada de forma definitiva.

Outro Lado

A reportagem do Olhar Direto entrou em contato com a assessoria de imprensa da Furnas Centrais Elétricas que informou que: "Já foram cumpridos e devidamente quitados acordos de reparação envolvendo 880 famílias reconhecidas por auditoria social externa como atingidas pela implantação, em 2000, do Aproveitamento Hidrelétrico de Manso (APM Manso), em Mato Grosso, totalizando R$ 72 milhões".

Ainda segundo a assessoria: "O acordo formalizado para o início do pagamento das indenizações foi assinado em 31/10/2012, na presença dos advogados representantes da direção do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), e protocolado na Justiça Federal de Mato Grosso".
 
"Os valores foram definidos em conjunto com as lideranças do MAB com base nas contrapartidas determinadas na implantação do APM Manso. Durante o processo de negociação, as famílias receberam, ainda, ajuda de custo mensal, totalizando mais de R$ 23 milhões", completou a assessoria.

A empresa finaliza dizendo que: "Com a formalização e quitação do acordo, Furnas e o MAB deixaram claro no documento que os compromissos da empresa com os atingidos pelo APM Manso foram todos cumpridos. O MAB é o movimento legalmente constituído e judicialmente reconhecido como interlocutor no processo de Manso. Após o acordo formalizado e os pagamentos realizados, outras famílias desconhecidas perante a auditoria social externa, vêm postulando individualmente na justiça a mesma indenização."
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