MADRI — Milhares de pessoas tomaram as ruas de Madri neste sábado para protestar contra a lei que legaliza o aborto, em vigor no país desde 2010. Os manifestantes também fizeram duras críticas ao presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, por ele não ter cumprido suas promessas de campanha e revogado a atual legislação.
O protesto foi organizado por associações que se apresentam como defensoras da vida desde a concepção e contou com a participação de diversos membros do próprio PP, o partido do presidente. Durante o trajeto, os manifestantes pararam em frente à sede do partido para exigir que Rajoy cumpra o seu programa eleitoral.
“Vida sim, aborto não”, gritavam os manifestantes, enquanto alguns tentavam bloquear as portas do edifício.
— Estamos aqui para demonstrar que a vida importa e que nós não mudamos nossa posição. Estamos simplesmente reivindicando o mesmo que dizia o PP — disse ao “El País” Benigno Blanco, presidente do Fórum da Família.
A atual legislação foi aprovada durante o governo do socialista José Luis Zapatero e dá direito às mulheres decidirem pela interrupção da gravidez até a 14ª semana de gestação. Inclusive adolescentes entre 16 e 18 anos podem se submeter ao procedimento. Entre a 14ª e a 22ª semana de gestação, o aborto pode ser feito em casos em que a gravidez apresente risco à vida ou à saúde da gestante ou de malformação do feto.
Rajoy assumiu o governo no fim de 2012 e uma de suas plataformas foi a revogação da lei do aborto. Entretanto, desde então o tema foi colocado em discussão, mas continua em vigor.
“Em quem vamos votar agora”, diziam algumas faixas.
O governo trabalhou em um anteprojeto para revogar alguns dos direitos estabelecidos e retornar aos termos que vigoraram entre 1985 e 2010. O texto foi aprovado em primeiro turno pelo Conselho de Ministros, mas em setembro, Rajoy decidiu retirá-lo de tramitação por não ter encontrado consenso suficiente para seguir adiante.
O anteprojeto era considerado o mais restritivo da história democrática do país. Pelo texto, o aborto deixaria de ser um direito e se tornar um delito despenalizado apenas em casos de estupro e grave perigo para a vida ou saúde física e psíquica da mulher.
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