Enquanto articula o ingresso de novos aliados, principalmente o Partido da República de Blairo Maggi, o senador José Pedro Taques, pré-candidato ao governo de Mato Grosso pelo PDT, tem dificuldades para acomodar os que já estão mais próximos. Isso porque cinco dos principais prováveis aliados desejam uma vaga na chapa majoritária e está se tornando uma equação que não fecha, porque somente duas cadeiras estão disponíveis, além da já ocupada para governador: Senado e Vice-Governadoria.

Sem contar o PR, ainda indefinido sobre a aliança ou lançamento de candidatura própria, PSB, DEM, PSDB, PTB e PPS já reivindicaram uma cadeira ao lado de Taques, na chapa majoritária. “O PSB quer a participação na majoritária, seja indicação a vice de Taques, ao Senado ou suplência. Nosso partido tem muitos nomes a oferecer, mas não há nada decidido e vamos definir isto uma semana antes das convenções”, tem ressaltado o presidente estadual do PSB, prefeito Mauro Mendes, de Cuiabá.

O presidente estadual do DEM, ex-governador e deputado federal Júlio José de Campos, já avisou que a agremiação deseja participar da chapa majoritária. De preferência, indicando o ex-governador e senador Jayme Campos, seu irmão, para a reeleição ao Senado.
Júlio Campos entende que Jayme é quem mais agrega na chapa de Taques. “Por que deixar de respeitar a força política dos Democratas? Temos mais de 25 mil filiados. Ninguém está impondo nada, mas nós queremos ser valorizados num processo político natural. Cada um vai brigar pelo seu espaço”, observou recentemente o presidente do DEM.

“O que temos conversado até agora é isso: a [ex] senadora Serys Slhessarenko na disputa pelo Senado. E esperamos que seja possível. Se não for, vamos tentar outras possibilidades”, defendeu o presidente estadual do PTB, ex-prefeito Chico Galindo. Ele avisa que está muito próximo, mas ainda não ‘bateu o martelo’ na coligação pró Taques.

Já o presidente do PPS, preceito Percival Muniz, de Rondonópolis, não fez cerimônia para indicar a primeira-dama Ana Carla Muniz, sua mulher, como pré-candidata a vice. “Faz tempo que o PPS está carregando o piano e creio que chegou a hora de participar do ‘concerto’. Se servimos para pedir votos, também devermos servir para sermos votados”, alertou Percival.

Dos prováveis aliados, o menos incisivo na exigência de vaga na chapa majoritária é o PSDB, que deseja priorizar o palanque do presidenciável Aécio Neves (MG). O presidente da Executiva Estadual tucana, deputado federal Nilson Leitão, enfrenta forte resistência de setores da legenda, que exigem candidatura própria para não prejudicar Aécio.

Nilson Leitão já contribui a articulação pró Pedro Taques e nem comenta em candidatura própria pelo PSDB ao governo de Mato Grosso.

Caso a coligação com Taques não dê certo, o nome mais forte internamente é do ex-secretário Maurício Magalhães, da Casa Civil. “A minha candidatura é para atender um pedido do Diretório Nacional. Para construirmos um palanque forte para o Aécio, no Estado. Para continuarmos vencendo aqui, como sempre ocorreu”, observou Magalhães, há poucos dias.
“Agora, em vez de a direção discutir, tentar viabilizar esse projeto, simplesmente me ignora. E o pior: vão construir a candidatura do Pedro Taques sem saber se teremos ou não vaga na majoritária. E o nosso presidente é um dos coordenadores da campanha e vejo que alguma coisa está errada”, completou Maurício Magalhães.

Pedro Taques delegou a coordenação das articulações com os demais partidos para o Mauro Mendes. Quando estiver tudo certo, Taques só “vai na boa”, para estourar o champanhe.