Cerca de 70%, o equivalente a R$ 28 milhões de um total de R$ 40 mi, superfaturados por meio de pregão com o Governo do Estado teria como destino as contas das gráficas Defanti e Print. A informação é do delegado Carlos Cunha, titular da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz), Carlos Cunha. O esquema que teria convivência de agentes públicos é alvo da operação ‘Edição Extra’, que resultou em ordens de prisões dos empresários Fábio e Dalmi Defanti (donos da gráfica Print) e dos secretários adjuntos da Secretaria de Comunicação do Estado (Secom-MT), Elpídio Spiezzi e do atual secretário adjunto de Administração, coronel da PM, José Nunes Cordeiro. Fábio, Cordeiro e Elpídio foram colocados em liberdade na noite de sexta-feira (19) após prestar depoimento.
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O delegado explicou que a Polícia ainda se concentra na oitiva de oito testemunhas que foram conduzidas coercitivamente para unidade policial. Esses depoimentos são apontados como vitais já que cabia a esses servidores a execução do contrato de fornecimento de material gráfico.
Além da análise de quebra de sigilo bancário dos empresários e respectivos empreendimentos, a Delegacia Fazendária tem como alvo a análise fiscal das contas.
“Nosso próximo passo agora é o de realizar uma verdadeira devassa fiscal nas contas das empresas. Por exemplo, a checagem de todo matéria prima de entrada comparativamente a saída. Não é possível que a entrega seja maior do que o percentual declarado em estoque”, exemplificou.
Para o delegado, ainda existem elementos que apontam para tentativa de fraude em provas. O trabalho de cumprimento de busca e apreensão executado na sede da empresa Gráfica Print se mostrou prejudicado já que o dispositivo de armazenamento das informações fiscais da empresa não continha informações sobre os projetos desenvolvidos e em desenvolvimento pela empresa. Há suspeitas de que a deflagração da operação tenha ‘vazado’ em benefício dos suspeitos.
Entenda
A Polícia apura a destinação do montante superfaturado. O financiamento de campanhas é uma das teses investigadas. No total, 11 empresas teriam participado de processos licitatórios viciados. As empresas que podem ter, também, se beneficiado do esquema são investigadas.
A assessoria dos empresários Fábio e Dalmi informou que os advogados tomaram conhecimento do processos somente na manhã de sexta-feira, 19, e que após se inteirarem do procedimento judicial instaurado irão se manifestar.